Ao lado de ditador, Lula elogia democracia na África. E hoje tem mais ditadura
Por Leonêncio Nossa, no Estadão: Convidado de honra da festa que comemorava os 20 anos de poder de Blaise Campaoré em Burkina Faso – um militar que derrubou e matou em 1987 o presidente marxista Thomaz Sankara -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou seu primeiro discurso na turnê africana, ontem, para exaltar […]
Convidado de honra da festa que comemorava os 20 anos de poder de Blaise Campaoré em Burkina Faso – um militar que derrubou e matou em 1987 o presidente marxista Thomaz Sankara -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou seu primeiro discurso na turnê africana, ontem, para exaltar a democracia, a justiça social e a paz. “Quando falamos em democracia e desenvolvimento precisamos ter em conta que a palavra mágica que, na minha opinião, permite resolver os problemas do países pobres chama-se paz”, disse Lula, no seminário Democracia e Desenvolvimento na África. “Sem paz, nenhum país do mundo vai se desenvolver”, completou. A visita durou menos de 24 horas. No final da tarde, o presidente brasileiro viajou para Brazzaville, no Congo, onde hoje se encontrará com o ditador Denis Sassou Nguesso. Em Uagadugu, antes do discurso, Lula e os ministros brasileiros foram recebidos no palácio onde vive o ditador Campaoré – um conjunto de prédios de granito e azulejos verdes, cercado por um extenso jardim verde mantido por um sistema de irrigação. O cenário destoa do resto da paisagem árida da capital. Ostentando um clássico óculos ray ban, Campaoré – que os opositores acusam de ter fraudado as três eleições nas quais foi reeleito – ofereceu champanhe francês a Lula e à comitiva. O presidente brasileiro disse que visitava com alegria uma África “que está em pleno ressurgimento, desenha seu próprio destino e quer deixar para trás uma história de desencontros e conflitos provocados ou agravados pela herança colonial”.Assinante lê mais aqui