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A CPI E OS MEDOS DE CADA UM – No mundo do crime, não importa a origem dos ratos, o importante é que eles se organizem para comer os gatos

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve na Câmara dos Deputados nesta terça para participar da cerimônia de lançamento do documentário “A Construção de Fernando Henrique”, do diretor Roberto Stefanelli. E falou sobre a CPI, segundo informa o Portal G1: “Eu acho que o Brasil precisa passar a limpo as questões com serenidade. Nós cansamos de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h05 - Publicado em 17 abr 2012, 19h22

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve na Câmara dos Deputados nesta terça para participar da cerimônia de lançamento do documentário “A Construção de Fernando Henrique”, do diretor Roberto Stefanelli. E falou sobre a CPI, segundo informa o Portal G1: “Eu acho que o Brasil precisa passar a limpo as questões com serenidade. Nós cansamos de ver o grau de corrupção existente que, infelizmente, atinge a quase todos os partidos. Acho que o Brasil cansou, então, talvez, seja o momento de o Congresso crescer, fazermos uma CPI que vá à raiz da questão. O Congresso, nesse momento, tem que fazer [a CPI]”.

É isso mesmo! Só que há um porém nessa história toda. A CPI mista do caso Cachoeira contará com 30 membros — 15 deputados e 15 senadores. É tal a desproporção de poder entre governo e oposição que a base aliada indicará 24 membros, e os oposicionistas, apenas 6. Esse espírito ao qual apela FHC — o Congresso, como um Poder, empreender uma investigação republicana — está mais no terreno da fantasia do que no da realidade.

O espírito que inicialmente moveu a criação da comissão não tem nada a ver com justiça, investigação, apuração, punição de culpados, nada disso… Lembrem-se do vídeo gravado por Rui Falcão, presidente do PT; lembrem-se da operação desencadeada por José Dirceu no JEG; lembrem-se da interferência direta de Lula na articulação da comissão. A ideia é usar os 24 para esmagar os 6. A banda podre do PT quer esconder seus próprios vínculos com o esquema Cachoeira e usar a comissão como palco para destruir o que resta de oposição. Não por acaso, Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara, já saiu em defesa do deputado Rubens Otoni (PT-PR), o único parlamentar, até agora, que é protagonista de um vídeo, junto com Cachoeira, em que se discute caixa dois de campanha. Parece que o bicheiro é chegado em documentar suas peripécias. Deve haver outros. Mas o que está na praça, por ora, é este. E os petistas já estão dizendo que isso não tem a menor importância.

Há um ano, reportagem de VEJA informava o fantástico crescimento da construtora Delta, que saltou para o centro do caso Cachoeira. Segundo os empresários José Augusto Quintella Freire e Romênio Marcelino Machado, que foram sócios de Fernando Cavendish (chefão da Delta) num empreendimento, José Dirceu foi um dos magos dessa milagrosa evolução. Pergunta óbvia para resposta que também parece ser tristemente óbvia: os dois empresários e Dirceu serão convocados para depor?

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Operação arriscada
Mesmo com maioria tão esmagadora, no entanto, a Operação Esmagamento imaginada por Lula, Dirceu e banda podre petista não deixa de ser tarefa arriscada. Já deu para perceber que a malha de influências de Carlinhos Cachoeira não obedece a um desenho convencional, não tem uma trama regular. Nunca se sabe que parte do tecido cada um dos fios soltos move. Pegue-se o caso do tal Idalberto Matias Araújo, o notório Dadá.

Não há tramoia, espionagem ou falcatrua envolvendo o mundo das sombras e da espionagem em que ele não esteja presente: 1) atuava como homem graduado no esquema de Cachoeira, 2) apareceu prestando serviços aos petitas que tentaram montar um dossiê fajuto contra o tucano José Serra em 2010 e 3) colaborou com as ilegalidades praticadas por Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha. A quantos senhores, afinal de contas, ele prestava serviços? Vai saber…

O que quero dizer com isso? O sonho lulo-dirceuzista de passar o trator sobre a oposição e provar que todos são canalhas para livrar a cara da canalha mensaleira pode não dar assim tão certo, como já percebeu o Planalto. No mundo dos Cachoeiras e dos Dadás, as clivagens partidárias ou ideológicas não têm a menor importância. Para eles, não importa a origem dos ratos, o importante é que eles se unam para comer os gatos.

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