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13 de Maio: negros, índios, mulheres… Os “oprimidos” da Ford Foundation

Treze de Maio, o dia em que se comemorava tradicionalmente a Abolição da Escravatura. Isso ao menos no tempo em que o Brasil não havia decidido escandalizar o óbvio, dividindo os brasileiros em “raças” — enquanto a parte civilizada do planeta constata que brancos, pretos, amarelos, vermelhos, mestiços, somos todos de uma única raça: a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h31 - Publicado em 13 Maio 2008, 07h23
Treze de Maio, o dia em que se comemorava tradicionalmente a Abolição da Escravatura. Isso ao menos no tempo em que o Brasil não havia decidido escandalizar o óbvio, dividindo os brasileiros em “raças” — enquanto a parte civilizada do planeta constata que brancos, pretos, amarelos, vermelhos, mestiços, somos todos de uma única raça: a humana.

As chamadas “políticas inclusivas” ou de “discriminação positiva”, como preferem chamar alguns, investem é no ódio racial. “Ah, então era tudo uma maravilha, e não existia preconceito?” Existia e existe, o que não se cura com o instrumento prático da injustiça para fazer uma suposta justiça histórica. Este foi o sentido da carta entregue ao Supremo — “Cento e treze cidadãos anti-racistas contra as leis raciais” — no dia 30 de abril (íntegra aqui). Afirmamos, os signatários do documento, que as desigualdades na educação se corrigem com mais investimentos e com uma escola melhor para todos.

Os grupos racialistas farão barulho. A questão racial, como não poderia deixar de ser, também foi tomada pelo onguismo. Estamos falando de algo que, na sua aparência de causa social dos oprimidos, converteu-se em um lobby poderoso, que conta com o patrocínio de empresas e de fundações internacionais espalhadas pelo planeta. Cito um caso a título de ilustração: o Geledés – Instituto da Mulher Negra. Entre 2004 e 2008, a entidade recebeu da Fundação Ford a quantia de US$ 870 mil, um dinheirinho razoável. Se um grupo de cidadãos honrados quiser criar, sei lá, uma ONG para lutar contra as cotas raciais, não vai receber um centavo. As parcerias do Geledés, diga-se, reúnem alguns monstros do capitalismo como o Banco Mundial e a Unilever (lista aqui).

Aliás, meus caros, sugiro que vocês visitem o site da Ford Foundation na parte dedicada aos programas que ela apóia (aqui, a partir da página 6), e vocês verão que ali está praticamente o roteiro de reivindicações seguido por boa parte das esquerdas brasileiras. Ente 2005 e 2006, vejam lá na página 26, a fundação gastou mais de US$ 25 milhões no Brasil com programas voltados para a sexualidade e saúde reprodutiva, direitos humanos, desenvolvimento, governança etc.

Quando se procuram as entidades beneficiadas, dá-se de cara, com espantosa freqüência, com aquelas encarregadas de opor brasileiros a brasileiros. Se você clicar aqui, terá acesso a uma lista de instituições que receberam generosos financiamentos. No ano passado, o Conselho Indígena de Roraima (CIR), por exemplo, recebeu a bagatela de US$ 300 mil — já havia recebido US$ 60 mil em 2005 (está na página 12 do link indicado). O tal CIR, tratado pela imprensa como uma organização nativista de índios descalços, é a que mais “bravamente” resiste à cupidez dos arrozeiros, sabem cumé? Com dólares da Fundação Ford!

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Aliás, passeando por uma lista de 227 “projetos” agraciados, vocês verão que a fundação tem especial apreço por Amazônia e índios — e muitas universidades brasileiras, especialmente as federais, estão lá abiscoitando a sua verbinha para cuidar dos oprimidos.

Que estaria eu sugerindo? Que a Fundação Ford está financiando a esquerda latino-americana porque deseja, sei lá eu, instaurar o comunismo mundial? É uma maneira de tentar ignorar o que é fato inconteste — eu os estou remetendo à página da própria Fundação —, atribuindo-me a autoria de uma hipótese conspiratória. Não! Estou demonstrando que causas de “minorias”, hoje articuladas nas tais organizações não-governamentais, são regiamente financiadas — e a Ford Foundation não é o único grupo a fazê-lo — por entidades que têm seu próprio programa para o chamado “Terceiro Mundo”. E é bom lembrar: elas também financiam grupos que se atribuem a função de monitorar “a mídia” — segundo, evidentemente, os pressupostos e a agenda de quem paga a conta.

Assim, queridos, muito cuidado quando vocês tropeçarem por aí nos “oprimidos” — sejam negros, índios, mulheres etc. Vocês podem estar dando uma topada na Fundação Ford.

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