MPF bate de frente com Bretas e pede que Barata explique acordo milionário
Procuradores não gostaram nada de acordo firmado com o juiz
O Ministério Público Federal emitiu um parecer em que bate frontalmente na decisão do juiz Marcelo Bretas de aceitar a devolução de R$ 81 milhões do empresário Jacob Barata, o “rei dos ônibus”.
Oferecido pela defesa do empresário e aceito por Bretas no dia 24 de agosto, o dinheiro seria uma forma de ressarcir os cofres públicos por esquemas de corrupção no setor dos transportes.
“Causa perplexidade a pretensão de liberação de valores sob eventual garantia do juízo com patrimônio até então oculto das autoridades, sem qualquer comprovação mínima de sua procedência legal, mantido por pessoas sob as quais recaem copiosas evidências de diversos crimes contra a administração pública e o sistema financeiro”, escreveram os procuradores.
“O desbloqueio de bens mediante garantia exige fundamentação idônea e especificada quanto à sua origem lícita, o que não restou demonstrado pelo requerente e demais empresas”, continua o MPF.
Por fim, o MPF manifesta-se contrário à liberação dos R$ 81 milhões.
Também quer que Jacob Barata Filho e suas empresas “esclareçam a proveniência de vultosa quantia depositada em juízo, devendo o montante permanecer acautelado até adequada justificativa”.