Marco Aurélio adia depoimento de Bolsonaro sobre interferências na PF
Ministro suspendeu depoimento até que plenário analise recurso da AGU para que Bolsonaro não preste depoimento presencial
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, adiou o depoimento de Jair Bolsonaro no inquérito que apura se houve interferência na Polícia Federal, conforme relatado pelo ex-ministro Sergio Moro.
A decisão tem como objetivo aguardar até que o plenário da Corte julgue o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) apresentado na noite desta quarta-feira contra a decisão do ministro Celso de Mello que determinou que o presidente preste depoimento presencial.
“Considerada a notícia da intimação para colheita do depoimento entre 21 e 23 de setembro próximos, cumpre, por cautela, suspender a sequência do procedimento, de forma a preservar o objeto do agravo interno e viabilizar manifestação do Ministério Público Federal”, disse o ministro Marco Aurélio na decisão. “Determino a suspensão da tramitação do inquérito até a questão ser submetida ao Pleno”, continuou.
Na última sexta-feira, Celso de Mello negou a Bolsonaro a possibilidade de ser interrogado por escrito. Segundo o magistrado, o depoimento por escrito só é permitido aos chefes dos Três Poderes que figurem como testemunhas ou vítimas. Em caso de condição de investigados ou réus, devem depor presencialmente.