Maioria do STF mantém decisão que declarou Moro suspeito para julgar Lula
Com declaração de parcialidade do ex-juiz, todo o processo do triplex de Guarujá fica anulado, incluindo provas e diligências
Em uma sessão com debates acalorados, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão da Segunda Turma que declarou o ex-juiz Sergio Moro no julgamento de processo envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex de Guarujá.
Com a manutenção da decisão da Turma, ficam anulados todos os atos tomados pelo então magistrado neste processo — em um grande revés para a Lava-Jato. O julgamento, porém, ainda não terminou: a sessão foi suspensa por pedido de vista do decano, ministro Marco Aurélio Mello. O debate deve ser retomado na próxima quarta-feira.
Até o momento, sete ministros se posicionaram de maneira favorável à manutenção do julgamento da Segunda Turma, seguindo a divergência aberta pelo ministro Gilmar Mendes. Votaram com ele os ministros Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber.
Do outro lado, votaram pela extinção de processo que resultou na declaração de parcialidade de Moro o relator, ministro Edson Fachin, e o ministro Luís Roberto Barroso.
A discussão foi gerada pelo fato de o ministro Edson Fachin, ao declarar a incompetência da Vara de Curitiba, determinar a perda de objeto do recurso apresentado pela defesa de Lula que questionava a imparcialidade do ex-juiz.