Lewandowski libera para CGU material obtido por hackers
Ministro do STF autoriza que CGU tenha acesso a informações da operação Spoofing
O ministro do STF Ricardo Lewandowski atendeu a pedido da CGU para que sejam compartilhados com o órgão informações obtidas durante a operação Spoofing, que apurou a invasão de aplicativos de troca de mensagens por celular de autoridades por um grupo de hackers.
A ideia é verificar se nas mensagens vazadas pelos invasores há menção de dois casos de servidores que podem ter ultrapassado seus limites durante as investigações da Lava Jato.
A primeira suspeita é sobre a delegada de Polícia Federal Érica Malik Marena, que teria forjado um depoimento com um delator no âmbito da operação. A segunda seria o caso do auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima, que teria quebrado sigilo fiscal de um investigado sem autorização judicial.
Esses dois casos teriam sido revelados em conversas vazadas pelo grupo hacker que invadiu celulares de autoridades. O pedido é para que o órgão possa ter acesso às trocas de mensagens com o objetivo apurar suspeitas de desvios de condutas de servidores federais.
Segundo a decisão do ministro, os documentos sobre esses dois casos específicos e outros que não estejam protegidos por sigilo poderão ser compartilhados com o órgão. No início do ano, Lewandowski já havia concedido acesso ao material pela defesa do ex-presidente Lula, já que parte das informações levantadas diziam respeito aos casos de Lula na operação. O vazamento de conversas entre o então juiz federal Sergio Moro com procuradores da força tarefa ficou conhecido como Vaza Jato.
ATUALIZAÇÃO: Essa reportagem afirmou de maneira incorreta que a decisão de Lewandowski atendia a pedido da defesa de Lula. O texto foi corrigido.