Fachin critica proteção ao ‘rei’ no caso dos cheques de Queiroz a Michelle
No voto divulgado nos últimos dias pela Corte, o ministro critica a 'cultura jurídica forjada na proteção às relações em volta ‘d’El-Rei’'
O STF rejeitou, há alguns meses, o pedido do advogado Ricardo Bretanha Schmidt para investigar Jair Bolsonaro pelos cheques de Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle. Edson Fachin, único a favor, bateu duro na PGR, que descartou o caso.
No voto, publicado nos últimos dias pelo Supremo, Fachin critica a “cultura jurídica forjada na proteção às relações em volta ‘d’El-Rei’” e o “sistema de Justiça alicerçado na burocracia e no clientelismo das relações interpessoais”.
O ministro foi o único a votar para que a PGR investigasse os repasses à primeira-dama. Como os outros ministros seguiram entendimento da PGR, que pediu arquivamento alegando não ter o que investigar, o caso foi encerrado.
Interlocutores do Supremo dizem que a mensagem de Fachin, no entanto, tem endereço: Augusto Aras e sua campanha — derrotada por André Mendonça — para chegar ao STF.