Bolsonaros, os inimigos da economia no governo de Paulo Guedes
Declarações da família presidencial afastam investidores e criam imagem de país em declínio democrático
Nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff, a ala política sempre operou como vetor de problemas e instabilidades ao trabalho da área econômica. Dilma e o PT, é bom lembrar, começaram a rodar quando a política dominou de vez, com Dilma, as decisões técnicas do economia promovendo o descalabro já conhecido.
No primeiro mandato de Dilma, Aloizio Mercadante chegou a ir ao Jaburu pedir ajuda de Michel Temer para derrubar Guido Mantega da Fazenda. A política sempre quis controlar a economia.
Depois de assumir o lugar de Dilma, foi a vez de Temer ter que segurar Eliseu Padilha e Moreira Franco que, do Planalto, tentavam falar pela equipe de Henrique Meirelles. No caso de Temer, bastou uma confusão criada por Padilha para a trapalhada mais aparente parar.
O governo Bolsonaro, diferente de todos os outros, começou com um superministro da Economia no comando, com autonomia plena, mas não imune às confusões da ala política do Planalto. Para piorar, não são os ministros do governo os criadores de atritos. É o próprio Jair Bolsonaro e sua prole que dia sim outro também provocam polêmicas e maculam com incertezas a imagem internacional do país.
A pergunta é simples: que investidor sério pensará em trazer sua fortuna para um país prestes a viver um novo AI-5?
ATUALIZAÇÃO, 11h45 — A assessoria de Mercadante enviou nota ao Radar para negar que o ex-ministro petista tenha conspirado contra Guido Mantega. Originalmente, o texto registrou que o movimento do petista ocorreu no segundo mandato de Dilma. Como o link da matéria referida mostra, no entanto, a conversa de Temer e Mercadante sobre Mantega ocorreu em 2013, no primeiro mandato da petista. “Mercadante possui uma relação de lealdade e de transparência com a presidenta Dilma. Tal relação dispensa qualquer tipo de intermediário entre os dois”, diz a nota do petista.