Análise: Bolsonaro coloca Olavo de Carvalho no comando da Cultura
Novo chefe da área, Roberto Alvim é um produto da escola radical do guru astrólogo do presidente
Uma história recente resume bem o perfil do novo chefe da Secretaria de Cultura do governo de Jair Bolsonaro. Há algumas semanas, Roberto Alvim sentou-se à mesa com o chefe do Ministério da Educação, Abraham Weintraub. A conversa caminhou para um choque de radicalismos e, na disputa de quem falaria mais grosso no encontro, Alvim deu um soco na mesa do ministro.
Conhecido pela falta de cerimônia ao tratar seus interlocutores, Weintraub colocou o Alvim para correr do gabinete. E assim acabou caindo por terra o plano inicial de levar a Cultura para a pasta da Educação.
O diretor da Funarte não se abalou. Subordinado à pasta de Osmar Terra — de onde saiu sem deixar saudades –, Alvim atuou nos bastidores com fervor para intrigar dirigentes do ministério e escalar a hierarquia do governo fazendo o conhecido “leva e traz” no Planalto do que ocorria na Cultura.
Seu contato no gabinete de Bolsonaro é o assessor e comentarista de redes sociais Filipe Martins, mas o trunfo no currículo de Alvim não é o lado “X9” nem as declarações grosseiras já dirigidas a artistas reconhecidos da dramaturgia brasileira. Alvim é membro do clube dos “olavetes”, os seguidores de Olavo de Carvalho, guru astrólogo de Bolsonaro. Em português claro, a partir de agora, é Olavo que manda na Cultura!