‘500 mil mortes não são nada para Bolsonaro’, diz Lula
Petista diz que ainda estuda se participará dos atos porque não quer passar a imagem de que está em campanha antecipada ao Planalto
O ex-presidente Lula tenta posar de moderado, mas não esconde sua fúria pela imprensa, algo que compartilha com Jair Bolsonaro. Ao falar sobre o motivo pelo qual tende a evitar participar dos protestos do próximo fim de semana, o petista diz que está “meditando profundamente se a minha participação não pode ser explorada por setores do meio de comunicação como ‘o Lula manipulou o ato’, ‘o ato virou uma peça de campanha do Lula…'”
Lula é candidato. Sabe que candidato e palanque se resumem a uma coisa: campanha. Mas a culpa, nesse caso, é da imprensa que irá retratar o movimento eleitoral dele, não o próprio ato em si.
Na entrevista que deu mais cedo, o petista se aproximou de Bolsonaro no trato com a imprensa, mas se distanciou na questão da pandemia. Disse Lula, ao analisar as diferenças entre as aglomerações de bolsonaristas e da oposição: “Há uma diferença substancial com os atos do presidente, que não usa máscara, que nega a vacina como solução, que não reconheceu o coronavírus como uma doença grave, como um vírus mortal, disse que era apenas uma gripezinha, e ainda continua negando. O que é mais grave é que já estamos próximos de 500 mil mortos e esse presidente trata como se não fosse nada. Para ele, 500 mil mortes não são nada. Ele deveria estar sensibilizado, ele deveria estar chorando essas mortes. A diferença é esta: a sociedade vai para as ruas de forma civilizada, o Bolsonaro vai para a rua totalmente sem máscara, e muita gente dele sem máscara, para agredir as pessoas. Nós queremos construir o Brasil e ele quer destruir o Brasil”.