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UFPR se transforma no principal polo da tradução brasileira

Nos últimos anos, professores da universidade venceram nove prêmios nacionais de tradução

Por Guilherme Voitch 15 dez 2017, 19h14

A Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) divulgou a sua lista de melhores de 2017 na última segunda-feira (11). Na categoria Tradução, o vencedor foi um professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tem sido assim desde 2012. Três docentes da UFPR foram premiados em cinco das seis últimas edições do prêmio, um dos mais importantes e representativos da arte e da cultura brasileira.

O vencedor mais recente, Guilherme Gontijo Flores, foi premiado pela obra Fragmentos Completos, da poeta grega Safo. Publicada pela Editora 34, a obra reúne toda a produção conhecida da poeta árcade que viveu entre os séculos VII e VI a.C.

Professor do Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas da UFPR, Flores já havia ganhado o premio APCA em 2013 pela tradução de A Anatomia da Melancolia, de Robert Burton, publicado pela Editora UFPR. A tradução de Burton também rendeu a Flores um Prêmio Jabuti em 2014. No ano seguinte, ele recebeu o Prêmio Paulo Rónai, da Biblioteca Nacional, pela tradução de Elegias, de Sexto Propércio, publicado pela Editora Autêntica, que reúne num único volume os quatro livros de poesia do autor clássico romano.

Em 2016, o APCA de Tradução foi para uma professora já aposentada da universidade, Regina Przybycien. Ela traduziu do polonês a obra Um Amor Feliz, da poeta Wislawa Szymborska, publicada pela Companhia das Letras.
Anteriormente, o professor Caetano Galindo, do Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas, ganhou o APCA de 2012 e 2014, com a tradução de Ulisses, de James Joyce, e Graça Infinita, do escritor norte-americano David Foster Wallace. Pela tradução de Joyce, Caetano levou ainda o Jabuti de Tradução de 2013 e o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras.

Ambiente intelectual

No total, são nove prêmios nacionais de tradução em cerca de sete anos, um marco que situa a UFPR como principal polo da tradução brasileira atualmente. “Não pode ser ser só coincidência”, arrisca Galindo, sobre a concentração de prêmios debaixo do mesmo teto. Para ele, o Departamento de Letras soube inserir os talentos individuais em um ambiente intelectual “propício”. “Tem havido um trabalho progressivo, lento e eficiente de formação de tradutores e criação de um ambiente intelectual fértil em que conversamos, trocamos ideias, nos provocamos e discutimos projetos”, afirma.

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Flores vai na mesma linha. Para ele, a universidade soube trabalhar o “acaso” de contar com talentos da mesma área de atuação. “Hoje em dia há um movimento institucional que fortalece o bacharelado com ênfase em tradução e as possibilidades de pós-graduação em tradução. Isso representa uma garantia institucional para bolsas, presença em eventos e seminários de tradução”, diz Flores. Segundo ele, além do grupo de professores, já há bons tradutores entre os alunos da universidade, inclusive, com alguns deles já publicando por editoras conceituadas.

Futuro

Enquanto forma novas gerações de tradutores, a UFPR pode aumentar sua coleção de troféus nos próximos anos. A editora Penguin deve lançar já em 2018 a tradução de Galindo para Dublinenses, o livro de contos de James Joyce. Além disso, o professor trabalha na tradução de Finnegans Wake, último romance do escritor irlandês. Galindo terá feito, desse modo, um mergulho único nas obras de Joyce. São três obras já traduzidas (Ulisses, Retrato do Artista Enquanto Jovem e Finn’s Hote), uma já entregue e uma em processo de tradução. Ao mesmo tempo, ele deve se debruçar sobre outro gigante da literatura, dessa vez da poesia. A Companhia das Letras encomendou a Galindo uma nova antologia do poeta T.S.Eliot.

Flores, por sua vez, finaliza a tradução da Obra Completa de Quinto Horácio Flaco, um dos principais poetas da Roma Antiga, e dos Epigramas de Calímaco, poeta grego do século III a.c. As traduções de Flores serão as primeiras traduções poéticas para o português das duas obras.

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