Tiros contra caravana de Lula foram intencionais, diz delegado
Em um primeiro momento, Helder Lauria declarou que o caso deveria ser tratado como "disparo de arma de fogo e dano", não como tentativa de homicídio
Para o delegado Helder Lauria, responsável pela investigação do atentado contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná, os disparos efetuados contra o ônibus em que viajavam militantes petistas foram intencionais. “Ou seja, a pessoa que disparou teve a intenção de atingi-lo”, diz o delegado, em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Ainda de acordo com a nota, o autor e a motivação ainda estão sendo investigados. “Mais detalhes não serão fornecidos para não atrapalhar o andamento das mesmas.”
O atentado ocorreu no início da noite de 27 de março. A caravana rumava de Quedas do Iguaçu para Laranjeiras do Sul, via PR-473, região Centro-Sul do estado, quando os motoristas se depararam com miguelitos (apetrecho de metal retorcido com pregos) na estrada. Naquele momento, os passageiros ouviram um estampido seco, semelhante a um tiro, atingir a lataria.
Segundo a perícia do Instituto de Criminalística, os projéteis encontrados são de calibre 320, possivelmente uma garrucha. Em um primeiro momento, integrantes da caravana acreditavam que dois ônibus haviam sido atingidos mas a perícia mostrou que as marcas no segundo ônibus eram resultado de pedradas.
Delegado afastado
A investigação inicial do caso gerou mal-estar na cúpula da Segurança. O delegado Wilkinson Fabiano Arruda, plantonista na delegacia de Laranjeiras do Sul no momento do atentado, disse à imprensa que o caso se tratava de tentativa de homicídio.
Na sequência, Arruda foi retirado da investigação e o caso ficou a cargo de Lauria, delegado titular de Laranjeiras. No dia seguinte ao atentado, ele afirmou que o caso deveria ser tratado como disparo de arma de fogo e dano, e que o colega havia sido “superficial” em suas declarações à imprensa.