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Bangue-bangue numa hora dessas?

Bravura Indômita, o livro, é muito mais que uma aventura de cavalgadas e tiroteios

Por Maicon Tenfen 23 abr 2018, 00h13

Bravura Indômita, o filme de 1969, foi exaustivamente exibido na TV aberta.

John Wayne recebeu o Oscar de melhor ator pelo papel de Rooster Cogburn, o pistoleiro bêbado que ajuda uma menina de 14 anos a vingar a morte do pai. Com ou sem Oscar, porém, o filme é triste e vulgar. John Wayne nada mais fez que atuar como John Wayne, e não como Rooster Cogburn.

Em 2010, quando os Irmãos Coen lançaram a sua própria versão de Bravura Indômita, apressaram-se em divulgar que não se tratava de uma refilmagem, mas de uma releitura do romance que deu origem ao primeiro filme. Pois é, romance. É difícil acreditar que aquela ideia de segurar as rédeas do cavalo com os dentes nasceu na literatura. Se o primeiro Bravura obscureceu o livro de Charles Portis, a versão dos Irmãos Coen deu um jeito de reapresentá-lo aos leitores.

Foi graças ao filme de 2010 que uma tradução para o português chegou às livrarias brasileiras. Uma das primeiras características do texto a chamar atenção é que a história é contada pelo ponto de vista de Mattie Ross, a tal menina de 14 anos que empreende uma vendetta em memória do pai. Por si só, o recurso preenche a trama de ironia e comicidade, uma comicidade que surge do conflito entre o que é certo aos olhos da menina e o que realmente acontece à sua volta.

Poucos leitores hoje em dia se interessariam por um western, mas a verdade é que, apesar de todos os personagens andarem armados, inclusive a menina, com o Colt que pertencera ao pai, Bravura Indômita é muito mais que uma simples aventura de cavalgadas. Na verdade, trata-se de uma crítica mordaz a uma nação que se firmava, não apenas com enxadas e machados, mas principalmente com tiros de espingarda. Nesse sentido, a cena dos enforcamentos, no primeiro capítulo, é uma peça de antologia.

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Mas a melhor passagem, a mais forte e significativa, se dá quando a heroína fica presa no fundo de uma caverna. Há ali um cadáver em cujo peito se descobre um ninho de cascavéis. Antes de ser picada, a pequena Mattie pôde enxergar a maldade dos corações humanos, uma imagem terrível em todos os sentidos.

Ela é, por isso, a melhor das contadoras de história.

 

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