Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Terri Lyne e a justiça de gênero no jazz

Música

Por Flávio de Mattos
Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 11 jan 2019, 12h00

A baterista, compositora, cantora, produtora e professora Terri Lyne Carrington, 53 anos, em outubro passado, criou o Instituto de Jazz e Justiça de Gênero no Berklee College of Music, o a mais prestigiosa escola de jazz dos Estados Unidos. Sua intenção é garantir a igualdade de oportunidade para músicos de todos os gêneros, incluindo os que vão além do masculino e feminino, em uma atividade que ela afirma estar dominada por um patriarcado.

“Muita gente se preocupa com a igualdade de gênero em outros campos, mas não no jazz. Eu conheço um monte de músicos que votariam em uma mulher para presidente da república, antes de contratar uma para tocar em sua banda”, argumenta Carrington. “Existe uma enorme disparidade de oportunidades que nos incomoda e confunde”, prossegue. “As mulheres merecem ter suas músicas tocadas no rádio, serem comentadas na mídia e cobrar o mesmo que os homens”.

Terri Lyne Carrington foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Grammy para o Melhor Álbum de Jazz Instrumental, em 2013. Foi com seu disco Money Jungle: Provocative In Blue, em que grava temas de Duke Ellington, como Very Special, e composições próprias, como Grass Roots.

“Quando fui nominada, não percebi que estava sendo a primeira a receber a indicação”, conta Carrington. “Mais tarde, quando fiquei sabendo fiquei orgulhosa de ter sido eu essa pessoa. Mas não pude acreditar que era tão raro uma mulher ser indicada ao Grammy. E ainda mais raro, que chegue a ganhar o prêmio, quando existem tantos discos incríveis gravados por mulheres instrumentistas”.

Continua após a publicidade

Professora de bateria em Berklee, Terri Lyne Carrington relata que tem muito mais rapazes do que moças entre seus alunos. Ela comenta uma pesquisa realizada naquela universidade, em que os alunos foram instados a apontar suas artistas preferidas na área do jazz. A maioria citou cantoras conhecidas, como Ella Fitzgerald, Billie Holiday and Stacey Kent. Poucos se lembraram das instrumentistas do jazz.

“Isso me aborreceu, mas nos deu uma boa ideia do que estaremos enfrentando, com o Instituto de Jazz e Justiça de Gênero”, admitiu Carrington. “Faremos essa pergunta novamente, em alguns anos, e veremos se conseguimos alguma melhora na visibilidade de artistas do sexo feminino no jazz, fora da categoria cantora”.

Terri Lyne Carrington havia ganho um Grammy anterior exatamente o de Melhor Álbum de Jazz Vocal, em 2011, com The Mosaic Poject. Para esse disco, ela reuniu uma banda só de mulheres, com a participação de diversas cantoras, como Nona Hendryx, que está na faixa Transformation.

Continua após a publicidade

No vídeo a seguir temos Terri Lyne Carrington com a banda de instrumentistas do Mosaic Project, que tem Geri Allen, no piano; Esperanza Spalding, no baixo; e Tineke Postma, no saxofone. A peça é Unconditional Love, de Geri Allen.

 Flávio de Mattos é jornalista e escreve aqui sobre jazz a cada 15 dias. Dirigiu a Rádio Senado. Produz o programa Improviso – O Jazz do Brasil, que pode ser acessado no endereço: senado.leg.br/radio  

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.