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Riscada a linha que Bolsonaro não deve ultrapassar se tiver juízo

Banalizado, golpe militar vira conversa de botequim

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 18 jun 2020, 09h29 - Publicado em 18 jun 2020, 08h00

Se o presidente Jair Bolsonaro, como disse, não será o primeiro “a chutar o pau da barraca”, seja lá o que isso signifique, então está tudo bem no país onde a ameaça de um golpe militar virou conversa de botequim. Só não está tudo bem porque o coronavírus continua matando e infectando as pessoas sem que o governo saiba ou queira fazer alguma coisa para detê-lo.

Bolsonaro também afirmou que está chegando a hora de pôr as coisas no lugar. Como não se sabe exatamente o que quis dizer com isso, nada a discordar, portanto. O ideal por toda parte é que tudo esteja no seu devido lugar – o governo governando, o Congresso fazendo leis e o Supremo Tribunal Federal a dar a última palavra sobre a Constituição. Cada um na sua.

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Como isso nem sempre ocorre desde que Bolsonaro se elegeu, o Supremo funciona como uma espécie de Posto Ipiranga da República. Às vezes, legisla pelo Congresso. Não lhe cabe governar, mas tem sido ele que tenta pôr nos trilhos Bolsonaro e os que o cercam. Nunca antes na história do país o Supremo foi obrigado a proceder de tal maneira, indo muito além dos seus chinelos.

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Em todo caso, menos mal. Como assistir calado à tentativa do presidente de usar a Polícia Federal como se ela não passasse de uma milícia? Como ignorar as manifestações de rua encomendadas por ele e seus filhos para achincalhar a democracia e emparedar os demais Poderes? Como não reagir à ação dos que produzem notícias falsas para enlamear a honra alheia?

Na posse do novo ministro das Comunicações, Bolsonaro repetiu uma frase que alguém lhe soprou um dia antes: “Não são as instituições que dizem o que o povo deve fazer. É o povo que diz o que as instituições devem fazer”. De fato, é o povo quando elege seus representantes e eles legislam. O presidente pode propor leis. Se aprovadas pelo Congresso, elas entram em vigor. Se não, não.

Fosse esse ou não seu desejo, o que disse o novo ministro em discurso soou como um contraponto à fala habitual de Bolsonaro. “O grave momento exige de nós uma postura de compreensão, de abertura ao diálogo”, disse. “Se é tempo de levantarmos a guarda contra o novo coronavírus, também é hora de um armistício patriótico e de deixarmos a arena eleitoral para 2022”.

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Quem arenga por qualquer coisa de olho nas eleições de 2022 é Bolsonaro. O Congresso só faz baixar a temperatura a cada nova crise desatada por ele. E o Supremo lhe põe freios. Enquanto Bolsonaro manda jornalista calar a boca, o novo ministro reconhece a importância de imprensa e defende a liberdade de expressão. Arrisca-se a ser alvo de xingamentos nas redes sociais.

Está riscada no chão a linha que Bolsonaro não deve ultrapassar. Se o fizer, arcará com consequências e não terá um Pires a quem pedir socorro. Foi-se o tempo em que o general João Figueiredo, o último presidente da ditadura de 64, ameaçava chamar Walter Pires, o comandante do Exército, para pôr ordem no país. O presidente José Sarney também teve seu Pires, Leônidas.

O comandante do Exército chama-se Edson Leal Pujol, anda ocupado com o combate ao coronavírus e entende que as Forças Armadas são uma instituição do Estado, não do governo.

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