Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Que ninguém se iluda, ou então nada seremos

A vocação nazista de Roberto Rego Pinheiro, codinome Roberto Alvim, agrada Bolsonaro

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 30 jul 2020, 19h12 - Publicado em 21 jan 2020, 13h00

Em 1995, no Colégio Militar de Porto Alegre, oito cadetes elegeram Hitler como a personalidade que mais o impressionaram ao longo da história. Criticados pela imprensa, Jair Messias saiu em defesa dos “garotos”. Militar da reserva, em seu segundo mandato como deputado federal, classificou a predileção dos cadetes como “apenas gracejo, brincadeira”. De lá para cá, só piorou. Na sessão de impeachment de Dilma, ao votar, Bolsonaro teve o descaramento de citar o nome do degenerado torturador Brilhante Ustra.

E Alvim caiu. Não há o que comemorar. A vocação nazista de Roberto Rego Pinheiro, codinome Roberto Alvim, agrada Bolsonaro. O discurso extremista do agora ex-Secretário de Cultura reflete rigorosamente o pensamento do presidente. Bolsonaro conhece bem Alvim. Adorou a idéia da “próxima década (da cultura) heróica e nacional … profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo”, declarada em vídeo por Alvim.

O ex-secretário de Cultura era um bom aluno. No mesmo dia em que publicou seu vídeo – cópia cola de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler – recebeu, ao vivo, rasgados elogios do Capitão. “Agora temos, sim, um secretário de Cultura de verdade. Que atende o interesse da maioria da população brasileira, população conservadora e cristã”.

O texto declarado por Bolsonaro é parecido ao recitado por Alvim-Goebbles. Os dois falam em “interesses da maioria da população brasileira”, como se deles dependesse o que, como, quando, onde a “maioria” dos brasileiros podem ver, ouvir, e aplaudir a arte no Brasil. Declaram a censura. Covardemente. Mas a arte, Capitão “.. não é um espelho do mundo, é sim, uma ferramenta para consertá-lo.” no poema de Vladimir Maiakóvski.

O valentão Capitão não mudou de opinião da noite para o dia sobre Alvim, o Secretário de Cultura “de verdade”, ou os “ideais de Goebbles ou de Hitler”. Que ninguém se iluda. Bolsonaro não resistiu às pressões. Teve que demitir o secretário depois do ricochete da comunidade judaica internacional. Adorador de Benjamin Netanyahu, ficou sem opção.

Continua após a publicidade

Saiu Alvim. Restaram fantasmas e desenredos. Certamente menos tóxica, Regina Duarte não terá fiança da grande parte da classe artistica. E dificilmente resistirá às intimidações, à compressão do poder. Corre o risco de sair destruída. Regina não parece ter o sangue de barata que corre nas veias de Sérgio Moro.

Regina deve saber que Não é Roberto Alvim que assina as idéias de Goebbles, como disse antes de ser demitido. É Bolsonaro. São seus filhos. São seus assessores mais próximos. São ministros. O pensamento nazista impera no governo.

A repercussão nacional e internacional do texto de Alvim nos dá vigor. A vigilância permanente da sociedade civil nos dá folego. Partiu de uma advogada anonima a identificação do plágio nazista, imediatamente jogado na mídia pelo Site “Jornalistas Livres”.

A vigilia não é só necessária, é vital. “Você não pode deixar ninguém invadir o seu jardim para não correr o risco de ter a casa arrombada”, de novo, do poeta russo Vladimir Maiakóvski, morto aos 36 anos, em 1930.

Continua após a publicidade

PS: Enquanto nos distraimos com Alvim, uma dezena de denúncias de “mal feitos” pipocam dentro e fora do Palácio, com quem detem a informação e a torna pública… Cadê o presidente da Casa da Moeda, que destituiu toda a diretoria para nomear um amigo por $ 40 mil? Eduardo Zimmer Sampaio e o amigo nomeado são vizinhos de Bolsonaro no Condominio Vivendas da Barra. Cadê o Flavio Bolsonaro? Cadê o Queiroz? Quem mandou matar Marielle? O que é “veremos lá na frente”?

Veremos. Vigilantes. Prevenidos.

 

Miriam é jornalista

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.