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Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por um mês de Luana

Diário do Avô – Uma celebração à vida

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h00 - Publicado em 18 abr 2020, 13h00

29.1.2008

Esta é uma mensagem de agradecimento. E de despedida também.

Do final de dezembro último para cá, contamos juntos os dias e minutos que faltavam para a chegada de Luana. Foi uma breve viagem. A vida vai muito além dos escândalos e das glórias da política, muito além das manchetes sisudas e frias do noticiário convencional.

Vida são as coisas simples – os nossos filhos, a nossa família, os nossos amigos, as nossas lembranças boas e ruins, as nossas conquistas e as nossas perdas. Essa teia de acontecimentos tão particular, tão banal e ao mesmo tempo tão rica e fascinante.

Agradeço a vocês pelas boas energias e acho que numa certa dimensão agora fazemos parte de uma mesma família digital. Porque interagimos, discordamos, mas convivemos e nos importamos uns com os outros. Afinal, família é isso ou deveria ser isso.

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Agradeço à Rebeca e aos meus filhos pela tolerância de verem suas vidas compartilhadas com tanta gente.

Essa escala no mundo de Luana – na verdade um rápido mergulho num tema que aproxima a todos, o da passagem do tempo – só foi possível também graças a outros atores que por ação e, sobretudo, inação, permitiram que minha neta se tornasse protagonista involuntária deste blog.

De fato, Luana só pôde ganhar seus cinco minutos de fama graças ao calendário da política. Não fosse o recesso parlamentar que esvazia Brasília e reduz a oferta de notícias, como eu poderia tê-la homenageado?

Talvez um dia ela não me perdoe pelo que vou dizer, mas devo admitir que se Luana tivesse vindo ao mundo na época da votação da CPMF, por exemplo, perderia de goleada para a cobertura da maior derrota política do governo Lula até aqui.

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Foi graças a tudo que os políticos aprontam durante o recesso – ou seja, quase nada – que Luana pôde se tornar um tema deste blog. Já imaginaram se ela tivesse nascido na época do mensalão?

 (- Já ouviu falar numa tal de Luana?

 – Não, quem é?

 – Ouvi dizer que é uma laranja do Marcos Valério e está depondo na Polícia Federal. Vai entregar todo mundo. Dessa vez a casa cai.

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 – Onde você soube disso?

  – Um amigo leu no blog do Noblat. Ele não para de falar da moça…)

E no Renangate? Algum avô minimamente responsável daria tamanha atenção ao nascimento da neta naquelas circunstâncias?

(- Parece que não foi só a Mônica Veloso não…

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 – Não? Não me diga…

 – Tem também uma tal de Luana. Ta lá no blog do Noblat.

 – Recebeu dinheiro de empreiteira?

 – Isso eu não sei. Só sei que foi vista saindo de uma maternidade no Lago Sul…)

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Enfim, agradeço a Marcos Valério, Renan Calheiros, Paulo Maluf, Marcola, Zuleido Veras, Delúbio Soares e a toda a imensa legião de personagens centrais do noticiário político pela generosidade de terem se mantido fora das manchetes nos últimos 30 dias. Como avô e blogueiro, devo essa a vocês.

Sou obrigado a confessar, porém, que a José Dirceu nada devo. Quando tudo conspirava a favor de Luana, eis que Dirceu, e logo ele a quem estimo, resolve dar uma entrevista bombástica à revista Piauí. E foi logo falando de malas de dinheiro que pagaram a construção da sede do PT gaúcho.

Na ocasião, pensei: é o fim! E por alguns dias esqueci Luana. E quando se esgotou a repercussão da entrevista e tudo finalmente parecia voltar ao normal, Dirceu, novamente ele, detona outra bomba: implanta de uma só vez quase sete mil fios de cabelo na sua pronunciada calva.

Com o recesso perto do fim e Luana entre nós, experimento aquela sensação descrita pelo médico e escritor Dráuzio Varela ao se tornar avô: a vida deu uma volta inteira sem precisar de mim. O mundo segue em frente. É assim. E para sempre será.

Não sou aquariano como Rebeca. Mas de tanto conviver com ela, sonho com um mundo em que pudéssemos apenas nos preocupar com as nossas boas lembranças, com os nossos amores e com um futuro mais promissor.

Como sei que tal mundo jamais existirá, faço votos de que a cada 12 meses possamos desfrutar de pelo menos um à moda de Luana – da minha e de todas as que chegaram ou que estão por vir. Que assim seja.

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