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Por Coluna
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Os perfis mais desejados

Que conceito tem hoje o político? Pesquisas mostram que, de cada 100 brasileiros, apenas 3 confiam nos representantes.

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 25 fev 2018, 16h00 - Publicado em 25 fev 2018, 16h00

Até o pleito de outubro, os eleitores colocarão uma lupa sobre os candidatos, um controle mais apurado do que em eleições passadas. Primeiro, em função da desconfiança nos políticos. Segundo, porque o voto começa a subir do coração para a cabeça. Voto racional no lugar do emotivo. Terceiro, porque o conjunto do eleitorado, de costas para a política, se abriga em entidades de referência e defesa – sindicatos, associações, clubes, movimentos de todos os tipos –, que orientam a escolha para perfis comprometidos com seus interesses. Bancadas setoriais ganharão amplitude. O eleitor estará afinado ao espírito do tempo.

Que conceito tem hoje o político? Pesquisas mostram que, de cada 100 brasileiros, apenas 3 confiam nos representantes. Escândalos em série contribuem para sua má avaliação. E o que atrairá a atenção? Vejamos. A autoridade é seguramente um valor que chama a atenção. O brasileiro sente-se atraído pela figura do pai, a expressar autoridade, respeito, a figura capaz de suprir as necessidades da família. Mas não se deve confundir autoridade com autoritarismo, que abriga arbitrariedade.

O equilíbrio é muito considerado. Pessoas desequilibradas não merecem consideração, mesmo que a palavra dura e um murro na mesa façam hoje parte do discurso (Bolsonaro absorve a condição). Equilíbrio se liga à harmonia, serenidade, sentimento de justiça, valores que geram confiabilidade e respeita­bilidade, base da boa imagem.

Desafios da administração e demandas sociais exigem conhecimento e experiência para o encontro de soluções. O eleitor desconfia de aventureiros e ignorantes por consi­derá-los “um tiro no escuro”. O preparo e o ideário bem organizado emolduram a ima­gem positiva. Ainda mais se o ideário ganhar o apoio de entidades. O bom candidato é também aquele que sabe articular, intermediar e interagir com grupos organizados. Urge respirar o “cheiro das ruas”. A proximidade com o povo se faz necessária.

E os valores negati­vos? Indecisão é um deles. Associa-se à ideia de pessoa fraca, sem personalidade. Encrenqueiro e corrupto, então, nem se fala. O brasileiro desconfia de estilos rompantes, viradores de mesa. Mudanças são desejáveis, mas sem grandes sustos.

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Quem está ligado a teias de corrupção será visto com desconfiança. Perfis sem programas, sem domínio de temas, terão voo curto. Morrerão antes de chegar à praia. Mas o conceito central de um político é a identidade, que abriga a história, o pensamento, a coerência, os sentimentos e a maneira de ser. Se ele possui uma identidade forte, terá espaço nas boas lembranças dos eleitores. Uma boa imagem, porém, não nasce e cresce no espaço de uma campanha.

Conselho: comece, eleitor, a focar a lupa sobre os perfis de eventuais protagonistas.

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato 

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