Onde se leu, leia-se: Para mentir é preciso ter credibilidade
Mentir direito não é para qualquer um
Uma vez gravado dizendo o que disse sobre a vacina às escondidas que tomou com medo de desagradar seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, o general Luiz Eduardo Ramos apressou-se a fabricar uma desculpa para transfigurar o que havia dito.
Saiu-se então com essa:
Como cidadão comum, dentro do carro dele e enfrentando fila como qualquer brasileiro, o ministro Luiz Eduardo Ramos tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca, em Brasília. A Casa Civil afirmou que, ao dizer, de maneira informal, que teria tomado a vacina “escondido”, o ministro se referia ao fato de ali estar um dos mais de 38 milhões de brasileiros que já se vacinaram – e não um ministro de estado; […] que ele não tomou a vacina escondido; e que nunca foi orientado a não relatar tal fato, apenas não quis fazer desse momento um ato político.
Taokey?
Uma vez gravado dizendo que a Covid-19 “é vírus chinês” e que a vacina da Pfizer é melhor do que a vacina chinesa que ele mesmo tomou, o ministro Paulo Guedes, da Economia, convocou a imprensa e deu asas à imaginação:
“Nós somos muito gratos, somos muito gratos à China por ter nos enviado a vacina. Eu tomei a CoronaVac. Então não vou falar mal da vacina. O que eu estava dizendo é, justamente, eu estava querendo enfatizar a importância do setor privado no combate à pandemia, e aí fui e usei uma imagem infeliz. Mas foi, olha, veio um vírus de fora, quer dizer, inventado trazido de fora e quando chegou numa economia de mercado forte, eles conseguiram produzir uma resposta com as pesquisas e essa resposta parece mais efetiva ainda do que as próprias soluções dadas no lugar onde o vírus saiu”.
Taokey?
Até para mentir é preciso ter credibilidade.