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Por Coluna
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O sentimento que nos embrutece

Sofremos com o ódio

Por Maria Helena RR de Sousa
Atualizado em 30 jul 2020, 19h59 - Publicado em 1 fev 2019, 11h00

Janeiro explodiu no Brasil provocando um baixo astral que perturba. 31 dias de notícias assustadoras, amargas, desencontradas, em zig zag, com autoridades sendo a toda hora desautorizadas, pandemônio…

A tristeza infinita que cobriu todo o país, provocada pela ruptura da barragem de Brumadinho, nos trouxe a confirmação de que a morte do rio Doce, em 2015, foi em vão. Nada aprendemos com esse desastre hediondo.

Mas além da tristeza, sofremos com o ódio, sentimento corrosivo. Ele atrasa quem o cultiva, nunca favorece o progresso.

A hostilidade com que os soldados de Israel foram recebidos fará, isso é nítido, muito mal ao espírito do Brasil. Eles vieram do outro lado do mundo para nos ajudar e tiveram uma acolhida – melhor seria dizer desacolhida – que só nos envergonha. Não somos ingratos por natureza. O que motivou essa recepção? Creio que foi o mais abjeto antissemitismo que perpassa pelo país. O fato é que a tropa israelense ficou por aqui apenas 4 dias. Isso depois de viajarem 10.162,81 km. carregando toneladas de equipamentos de última geração!

Havia maneiras mais gentis de dizer que os equipamentos trazidos por eles não eram lá muito úteis em MG. Mas, como sabemos, o ódio é falta de imaginação…

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Brumadinho foi o pior de janeiro, e de todos os meses a seguir, assim espero, pelo nosso bem, pelo bem deste país que não merece sofrer tanto.

Mas há pequenos desastres que nos machucam: saber que Arraial do Cabo, na costa fluminense, cujo azul só era menos belo que o azul dos vitrais de Chartres, vai pouco a pouco se tornando tão poluído que sua cor fica escura e feia, será que merecemos?

Outro: ler em O Globo que o programa “Sem Censura”, na TV Brasil, foi retirado do ar pelo governo federal, dói pelo que significa de mesquinhez intelectual. Foi, em todos os tempos, o melhor programa de entrevistas da nossa TV. Já tinha sido agredido com a demissão, em momentos muito pouco brilhantes, de duas de suas mais carismáticas apresentadoras, Lucia Leme e Leda Nagle. Combina com o Brasil atual, é triste mas necessário dizer, que esse espaço inteligente e lúcido tenha sido dilapidado. Ficaria esquisito manter no ar o “Sem Censura”, quando a censura pouco a pouco invade nossa televisão.

Mais: a eleição nas Casas Legislativas. No momento em que escrevo não se sabe o resultado que só virá amanhã. Mas a ameaça que paira sobre nós é mais uma reeleição de Renan Calheiros a presidente do Senado. É só lembrar de sua atuação como presidente do Senado Federal no impeachment de Dilma Rousseff para lastimá-la. Quer dizer, mais do mesmo.

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O Brasil é forte, grande, resistente. Tem passado por poucas e boas e tem sobrevivido. Desde que resolveu abraçar a democracia, tem sido seu protetor. Vem vencendo, muito lentamente mas vem, o atraso que quer se solidificar sem quartel.

O que nos resta fazer? Torcer para que o Brasil continue resistente? Que resista aos garotos do papai presidente, ao ódio que se infiltra em nossos corações, à incúria de nossas grandes empresas, à “distração” do Estado? O que mais?

 

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. www.facebook.com/mhrrs 

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