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Por Coluna
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O presente do capitão para o Dia das Mães

Mais mulheres, mais crianças, mais inocentes, mais cidadãos mortos

Por Maria Helena RR de Sousa
Atualizado em 30 jul 2020, 19h45 - Publicado em 10 Maio 2019, 10h00

O capitão Bolsonaro dorme com uma arma na cabeceira de sua cama. Em qualquer cama onde ele durma, até na do Palácio da Alvorada. Foi o que ele disse. Do que será que ele tem medo? De aloprados que sonham em assaltar o palácio ou de inimigos cujo maior desejo é derrubar seu governo?

Seja lá qual for seu maior temor, Bolsonaro anteontem assinou um decreto flexibilizando o porte e a posse de armas. Temos problemas seríssimos em nosso país, de toda ordem. Na Economia, na Educação, na Saúde, na Segurança Pública, a lista é imensa. A violência tem crescido assustadoramente neste país que já teve fama de simpático e agradável e que hoje é um dos países mais violentos do mundo.

Sem dar muitos detalhes sobre o que pensa sobre o assunto, o Ministro da Justiça, Sergio Moro, limitou-se a dizer que essa foi uma “promessa eleitoral” que não significa “política de segurança pública”. Que pena, ministro. Se o senhor fosse frontalmente contra lembraria ao capitão que outras promessas de campanha são muito mais importantes e benéficas para o país, do que esse decreto que só vai piorar a situação da insegurança no Brasil.

Imagine o senhor um casal assistindo TV na calma de sua casa. Acabaram de jantar e estão curtindo o dolce far niente depois de um dia cansativo. De repente ouvem um ruído diferente, nada comum em sua casa. Ficam atentos até perceberem que há um estranho no corredor. O marido se levanta para pegar a arma cujo porte e posse lhe foram permitidos por esse presidente apaixonado por ‘arminhas’. Ele pretende usar sua arma e atirar no bandido. Vai atirar. Mas apesar do curso que fez no Clube de Tiro, não há como competir com o malfeitor que é, por conta do tempo que tem de bandidagem, um perito no crime.

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Na verdade, ele não entrou nessa casa para matar. Não tem nada contra esse casal. O que ele quer é a arma e as caixas com as cinco mil munições permitidas pelo decreto do Mito.

Se o dono da casa insistir em se defender, vai morrer pois ele não sabe usar a arma com a mesma expertise do bandido. São detalhes que só o uso continuado permite ao portador da arma.

O mesmo acontecerá nas escolas, nas universidades, nas lojas, nas estações de metrô, nas ruas e nas praças.

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O decreto que amplia o acesso dos brasileiros a armas foi publicado anteontem no Diário Oficial, exatamente nas vésperas do Dia das Mães. A verdade é que esse decreto é um presente que ofende e entristece os brasileiros. Ofende por nos considerar um bando de idiotas que cai na ilusão de que possuir e portar armas nos livrará dos bandidos. Entristece porque a violência no Brasil terá um aumento exponencial: mais mulheres, mais crianças, mais inocentes, mais cidadãos mortos.

Com um detalhe macabro: o Crime estará cada vez mais rico e bem armado.

 

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.  

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