Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O Dia D+1: a opção preferencial do governo pela morte

Negacionismo suicida

Por Ricardo Noblat
15 jan 2021, 08h00

A Amazônia é nossa. Mas o oxigênio que falta nos hospitais de Manaus por incúria dos governos estadual e federal pode ser venezuelano ou brasileiro, a ser transportado por aviões da Força Aérea dos Estados Unidos. Em breve, chegará por lá a vacina da Universidade de Oxford importada da Índia. A conferir, porém.

Um Boeing da companhia Azul decolou, ontem à noite, de São Paulo para o Recife. Está previsto que na madrugada de amanhã decole com destino a Nova Deli para buscar 2 milhões de doses da vacina inglesa. Ocorre que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia pôs em dúvida a entrega da encomenda.

Anurag Srivastava afirmou que “é muito cedo” para dar respostas sobre exportações das vacinas produzidas no país, já que a campanha nacional de imunização ainda está só começando. A declaração foi dada em resposta a perguntas de jornalistas sobre o que o governo brasileiro dava como certo.

Sem tirar nem pôr, o que disse Serivastava à imprensa internacional: “O processo de vacinação está apenas no começo na Índia. É muito cedo para dar uma resposta específica sobre o fornecimento a outros países, porque ainda estamos avaliando os prazos de produção e de entrega. Isso pode levar tempo”.

Continua após a publicidade

Tem algum caroço nesse angu. Primeiro, o ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, anunciou a compra da vacina ao governo indiano. Depois, a decolagem, ontem, do Boeing da Azul para trazer os 2 milhões de doses. Finalmente, admitiu que problemas técnicos atrasaram o voo por mais um dia.

Quer dizer: marcado para a próxima terça-feira, o Dia D do início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, na melhor das hipóteses, será lembrado no futuro como o Dia D+1. Quanto à hora H, terá também de ser revista, o que  pode empanar o sucesso da Operação Ponte-Aérea de distribuição da vacina.

Perceberam? O pior dia do Brasil sob o governo Jair Bolsonaro é sempre amanhã. Até quando os que têm poder para dizer “basta” ou “fora” assistirão inertes o que acontece? Vai ficar aí parado? Morre gente asfixiada por falta de oxigênio em uma das maiores capitais do país. E daí? Ninguém será preso por isso.

Continua após a publicidade

Quem não seria capaz de fazer qualquer coisa para não morrer? E por que um presidente eleito não faz tudo ao seu alcance para salvar a vida dos seus governados? Ele está certo e o mundo errado quando endurece medidas de isolamento, multa quem não usar máscara e injeta dinheiro na veia dos mais pobres?

Enquanto pessoas morrem por falta de oxigênio em Manaus, o governo do Amazonas, orientado pelo Ministério da Saúde, recomenda o tratamento precoce do vírus com cloroquina. Bolsonaro voltou a pôr em dúvida a eficácia das vacinas. Isso é crime contra a humanidade, previsto em leis.

Pazuello reconheceu o “colapso” na saúde de Manaus e revelou que a fila por um leito é de quase 500 pacientes. Ele voltou de lá faz uma semana. Não se deu conta de que haveria um colapso? Ninguém lhe contou? E por que o governo não se antecipou ao colapso? Por que não quis? Por incompetência? Crueldade?

Continua após a publicidade

Não se vacinar é “negacionismo suicida”, disse o Papa Francisco depois de ser imunizado junto com o ex-Papa Bento XVI. Logo, Bolsonaro é um “negacionista suicida” – alguma dúvida? Mas fale para ele sobre essas coisas… Na hora, sacará do coldre o ministro da Justiça que o ameaçará com um processo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.