À meia voz porque os ouvidos das paredes nos tempos que correm andam muito aguçados, deputados de vários partidos conversavam, ontem, no final da tarde no cafezinho da Câmara sobre o apetite por dinheiro da família Bolsonaro.
Um deles, de Santa Catarina, lembrou um fato prosaico, mas revelador. De quatro em quatro anos, a Câmara dá uma grana extra ao deputado que não se reelegeu para que se mude de volta ao seu Estado. E ao que se elegeu para que se mude para Brasília.
Como a Câmara é generosa, ela dá a mesma grana também para o deputado que se reelegeu e que já mora, portanto, em Brasília e não terá de se mudar. Há os que recusam por pudor. Há também os que recusam porque são donos de imóveis em Brasília.
Reeleito deputado federal, Eduardo Bolsonaro embolsou a ajuda destinada aos que voltariam aos seus Estados, e também a ajuda destinada aos que se mudariam para Brasília. Seu pai fez o mesmo, porém com um agravante.
Bolsonaro tem imóvel próprio em Brasília. E sua mudança foi paga pela presidência da República.