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Moro passa para o outro lado do balcão e afasta-se das urnas

De algoz a salvador de pecadores

Por Ricardo Noblat
1 dez 2020, 09h00

O que significa “potencial conflito de interesses”? Deve ser o equivalente a “declarar-se suspeito” para julgar. Ao anunciar que virou sócio-diretor da consultoria americana Alvarez & Marsal, encarregada de tentar salvar empresas enrascadas com a Justiça, o ex-juiz Ségio Moro apressou-se logo em dizer que não atuará em casos de “potencial conflito de interesses.”

Quem definirá que casos serão esses? O próprio Moro, ora. Era ele, quando vestia toga, que se declarava suspeito ou não para julgar algo. Não há ninguém que possa dizer isso por um magistrado. Só cabe a ele, na contramão ou não das evidências. Maior certamente é a autonomia de um ex-juiz rebaixado à condição de consultor de grandes empresas que lhe pagarão muito bem.

A Alvarez & Marsal tem entre seus clientes a construtora Odebrecht cujos principais executivos à época da Lava Jato foram julgados por Moro. A intenção dele, segundo disse, é “ajudar as empresas a fazerem a coisa certa”, a praticarem “políticas de integridade” na luta contra a corrupção. Como detentor dos segredos da Lava Jato, Moro será muito útil a tais empresas.

Ao dispor-se a servir como ministro a um candidato que se elegeu presidente da República pegando carona no seu sucesso, Moro poderia alegar que o fez para ser promovido mais tarde a ministro do Supremo Tribunal Federal como era seu desejo. Nunca o disse, é verdade. Ao sair do governo atirando, ainda tinha condições de ingressar na política e ambicionar um posto eletivo.

O passo que agora dá tem tudo para fechar-lhe essa porta. Quando nada porque seus desafetos, que são muitos à direita e à esquerda, ganharam mais um motivo para atacá-lo. O juiz que condenou bandidos, doravante, empregará tudo que aprendeu para salvá-los. O argumento pode ser raso e mesmo injusto, mas o terreno da política está coalhado de vítimas inocentes.

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