No dia seguinte à sua eleição em outubro de 2002, Lula reuniu o estado maior de sua campanha em um hotel do bairro dos Jardins, em São Paulo, e foi logo avisando:
– Nesta mesa, somente eu e José de Alencar fomos votados, não se esqueçam disso.
Em seguida, disse que haveria lugar para todos no governo, mas que só trataria disso na hora oportuna.
Empossado, em uma das primeiras reuniões ministeriais, queixou-se:
– Toda vez que decido pela esquerda, eu me ferro.
Entre os presentes na reunião feita por ele na semana passada em São Paulo com deputados federais e senadores do PT, houve quem se lembrasse dos dois episódios ao ouvi-lo dizer que não se pode falar em frente ampla de partidos sem incluir o centro e a direita.
A ser candidato à sucessão do presidente Jair Bolsonaro no ano que vem, Lula só o fará se conseguir atrair sólidos apoios de partidos do centro e de fatias da direita. Quanto mais, melhor. Tudo isso em nome da reconciliação do país.
Venham todos a mim com a certeza de que os acolherei – e pau em Bolsonaro sem dó nem piedade. Será mais ou menos assim.
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