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Por Coluna
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Lula, político (1975-2020) – Por Sérgio Vaz

Os fins justificam os meios.

Por Sérgio Vaz
Atualizado em 30 jul 2020, 18h53 - Publicado em 2 jun 2020, 12h00

“Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus, porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, e comecem a enxergar, que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises.”

A frase – dita por Luís Inácio Lula da Silva no dia 19 de maio, em um momento em que se sentia confortável, em casa, pois falava em videoconferência à revista Carta Capital, órgão mais que oficial do lulo-petismo – é arrasadora, acachapante, definitiva.

É uma versão específica para o momento daquela máxima de todos os totalitários: os fins justificam os meios.

Para defender a ideologia que ele veio a abraçar, ou, para obter o poder, fingir que abraçava – a do Estado gigante, o Estado mamute, o Estado que tudo provê e que também priva de tudo o que não interessa a ele, o Estado à la União das Repúblicas Socialistas Soviéticas –, Lula demonstrou que se lixava para todos os mortos e os doentes pelo coronavírus.

Naquele dia 19/5, já eram, segundo a contagem oficial, 17.971 brasileiros mortos, e 271.628 infectados. Mais de dez vezes o número de mortos do Titanic. Mas que raios importam quase 18 mil vidas de brasileiros, diante da importância da defesa da ideologia do Estado forte?

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No dia seguinte, a quarta-feira, 20/5, quando já eram 18.859 mortos e 291.579 infectados, Lula pediu desculpas. Não poderia dizer que havia sido mal interpretado pela imprensa independente que passou todo o seu tempo na Presidência da República xingando, porque as palavras estavam gravadas, filmadas – não tinha jeito de negar. Pediu desculpas dizendo que utilizou “uma frase totalmente infeliz, uma frase que não cabia”.

Mais esperto, mais safo, com mais jogo de corpo que seu irmão siamês Jair Bolsonaro, derramou-se nas desculpas: – “Se alguma pessoa ficou ofendida, se algum dos 210 milhões de brasileiros ficaram ofendidos, todo mundo sabe que a palavra ‘desculpa’, ela foi feita para a gente utilizar com muita humildade porque eu sou um ser humano movido a coração e eu sei o sofrimento que causa a pandemia, eu sei o sofrimento que causa uma pessoa ver seu parente ser enterrado sem poder sequer acompanhar.”

Ser esperto, safo o suficiente para pedir desculpas não apaga o fato de que falou a frase – a frase arrasadora, acachapante, definitiva.

Com aquela frase, “ainda bem que a natureza criou esse monstro chamado coronavírus”, me parecia que Lula havia puxado a lápide sobre si mesmo.

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Como diria o Jorge quando era só Ben, mas que nada.

Lula, exatamente como seu irmão siamês do outro lado, do lado contrário, onde os extremos da imbecilidade se encontram, voltou à carga. Como Bolsonaro, faz questão de dizer hoje algo ainda mais infame do que disse ontem. E, nesta segunda-feira, 1° de junho, torceu o narizinho para os dois manifestos divulgados nos últimos dias de maio, o do Movimento Estamos Juntos e o dos profissionais de Direito.

O manifesto do #Juntos diz, por exemplo:

“Somos cidadãs, cidadãos, empresas, organizações e instituições brasileiras e fazemos parte da maioria que defende a vida, a liberdade e a democracia.”

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“Defendemos uma administração pública reverente à Constituição, audaz no combate à corrupção e à desigualdade, verdadeiramente comprometida com a educação, a segurança e a saúde da população. Defendemos um país mais desenvolvido, mais feliz e mais justo.”

Diante disso, Lula afastou por um instante a lápide que estava para fechar sua tumba e se pronunciou para a nação: “É preciso que a gente analise todos esses manifestos. Os líderes do partido precisam conversar com os organizadores para saber o que eles querem. Eu li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora.”

Democracia – disse Lula – não interessa à classe trabalhadora. Uma administração pública reverente à Constituição, audaz no combate à corrupção e à desigualdade, verdadeiramente comprometida com a educação, a segurança e a saúde da população.

Lula ficou preso durante 580 dias. Teve tempo de sobra para pensar, avaliar, reavaliar, analisar, reanalisar. Repensar.

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Ao sair, estava com namorada nova – nova nos dois sentidos, recente e jovem. Poderia ter ido cuidar da vida junto com a namorada nova. Dar atenção aos netos, eses locos bajitos que são a absoluta melhor coisa do mundo.

Como diria o eterno lulista Chico Buarque, qual o quê.

Optou por ficar por aí, zumbi, morto-vivo, tentando falar imbecilidades ainda mais imbecis do que as que saem como catarata da boca de Jair Bolsonaro.

Por essas frases de hoje – “Eu li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora” –, Bolsonaro ser-lhe-á eternamente grato.

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Com essas frases de hoje, Luiz Inácio Lula da Silva definitivamente puxou a lápide sobre a tumba em que se deitou.

Lacrou.

Ladrão, mentiroso, não descansará em paz no Reino dos Céus.

Como o inferno é o lugar onde vão parar as boas intenções, e ele jamais teve boas intenções na vida, é bem possível que Belzebu não o receba.

Permanecerá pelos séculos e séculos o zumbi em que se tornou depois que ficou absolutamente claro que foi apenas e tão somente uma fraude.

 

 

Sérgio Vaz é jornalista

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