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Jovialidade e Frustrações

Psicanálise da Vida Cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
Atualizado em 30 jul 2020, 19h38 - Publicado em 19 jun 2019, 12h00

Um bom indicador para pensar num desenvolvimento psíquico saudável é avaliar a tolerância às frustrações. Há um consenso natural de que a capacidade de tolerar à frustração é uma condição mental constitucional e adquirida.  O ser humano sempre funciona procurando a satisfação, o prazer, recusando as dores psíquicas. Ser frustrado, ser interrompido no prazer ou mesmo ser interditado é uma experiência dolorosa acompanhada de sintomas tais como: raiva, ódio, ressentimento, explosão psicossomática e às vezes “fúria narcísica”.

O narcisismo exige satisfações, se opõe a ser ferido em sua vontade imperiosa, arrogante e prepotente. Atualmente as nossas crianças e os nossos jovens têm mostrando um limiar muito baixo para suportar desapontamentos. Vivemos num mundo onde os pais, principalmente, têm profunda dificuldade de frustrar, de interditar o desejo dos filhos, e com isso cria uma geração onde tudo é viável e possível.

Estamos observando um comportamento psíquico onde as pessoas diante da impossibilidade de realizar seus desejos, respondem com uma agressividade às vezes, ou às mais das vezes, destrutivas e mortíferas. Os jovens não brigam mais como antigamente, eles partem para atitudes violentas, sozinhos ou acompanhados de gangues. Por inveja, por ciúme, rivalidade, vemos homicídios e até suicídios como uma forma extrema onde a mente não apresenta mais recursos outros, menos violentos e mais sadios.

Nossa vida é cheia de anseios, desejos, fantasias em busca de realizações. Acontece que, nem sempre a realidade atende a esses desejos, não por estar contra, mas porque não há condições, de fato, de atender às demandas. Feridos, sentindo-se ofendidos, os jovens não vêm desenvolvendo um aparelho mental para pensar antes de agir.

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O pensamento, já dizia o psicanalista Wilfred Bion, é o prelúdio da ação. Temos anseios, vamos para o campo da experiência real, e caso esses desejos não são atendidos, respondemos com furor e ódio, ainda tentando obter a satisfação, como fazem os bebês e as crianças na experiência da birra.

Certa ocasião uma pessoa me disse que tinha uma “boca oceânica”! Talvez os sentimentos que estão por detrás fúria toda são a avidez e inveja desvairada, primária, constitucional e também adquirida. A frustração é parte essencial da humanização, da civilidade e da capacidade de desenvolver renúncias narcísicas, caso contrário, o “animal” do humano toma a cena, e assistimos fenômenos tais como: homicídios, suicídios, drogadições, corrupção e os crimes mais hediondos.

Sem pensamento, sem cultura, sem capacidade de renúncia, sem sofrimento, não possibilidade de crescimento psíquico. Estamos diante da barbárie, do fundamentalismo, da falta de democracia, dos regimes totalitários e de uma juventude, caso não suporte a “dor da castração”, a consequência são atos e comportamentos perversos e psicóticos.

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