Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Investigado, Temer manda investigar os investigadores

O presidente esperneia, ataca a Polícia Federal, mas não se explica

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 28 abr 2018, 08h00 - Publicado em 28 abr 2018, 08h00

Seria moleza para o presidente Michel Temer livrar-se da suspeita de que recebeu uma propina de R$ 2 milhões do Grupo JBS e que empregou parte dela na reforma da casa de sua filha Maristela, em São Paulo.

Bastava que abrisse suas contas bancárias para mostrar que de alguma delas saiu o dinheiro que pagou a reforma. E que explicasse porque a reforma foi paga em dinheiro vivo. Simples assim. Ou não?

Mas investigado pela Polícia Federal, Temer preferiu mandar investigar os investigadores. Quer saber quem vazou informações para a imprensa. Ameaça punir os responsáveis.

No discurso feito ontem no Palácio do Planalto, movido pela ira de quem se julga ofendido, Temer enrolou-se na bandeira nacional, invocou o cargo que ocupa e posou de vítima da sanha dos seus desafetos.

Na tentativa de comover o distinto público, quase trocou de lugar com seus familiares quando disse cinicamente:

Continua após a publicidade

– Só um irresponsável, mal intencionado, ousaria tentar me incriminar, a minha família, minha filha, meu filho de 9 anos como lavadores de dinheiro.

Se o inquérito em curso concluir que houve crime, o incriminado será Temer, não a filha, nem o filho, nem sua mulher que teria sido presenteada com uma casa comprada com sobras da propina.

Temer poderia ter aproveitado a ocasião para esclarecer por que seu faz tudo, o coronel reformado João Batista Lima, recusa-se há mais de um ano a depor à Polícia Federal. Foi ele que teria recebido a propina da JBS.

Outro dia, o coronel foi preso. Entrou na carceragem da Polícia Federal em uma cadeira de rodas, tão grave era seu estado de saúde. Saiu dali em silêncio, andando e debaixo de chuva menos de 72 horas depois.

Continua após a publicidade

Temer poderia também ter aproveitado a ocasião para contar por que nada perguntou ao ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, sobre um pacote volumoso destinado a ele entregue no escritório do advogado José Yunes.

Yunes é amigo de Temer há 40 anos. Foi ele que comprou e, um mês depois, revendeu a Temer a casa que agora está em nome de dona Marcela. O pacote para Padilha continha dinheiro doado pelo Grupo JBS.

Enfim, talvez fosse demais cobrar de Temer que explicasse por que se cercou de tanta gente agora enrolada com a Justiça. Confiança em excesso no ser humano? Desatenção de sua parte? Falta de sorte? Afinidade?

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.