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Em cena, o Bolsonaro democrata

Todo cuidado com o outro é pouco

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 20h13 - Publicado em 29 out 2018, 07h00

O que você prefere – seja para conviver, exaltar ou se opor? O Bolsonaro que no último domingo dia 21 dizia que os “vermelhos” seriam varridos do país para a cadeia ou o exílio?

Ou o Bolsonaro que sete dias depois, uma vez eleito presidente da República, jurou invocando Deus que será um defensor incondicional da Constituição, da democracia e da liberdade?

Essa pergunta não deve ser feita a um bolsonarista da gema. Primeiro porque ele só tem tempo para celebrar a vitória. Segundo porque continua disposto a justificar tudo o que o Mito faça ou diga.

E assim será até que as ações do futuro governante comecem a afetar sua vida para o mal em nome do bem futuro. Finalmente cairá a ficha. E o coração cederá a vez ao bolso.

Bolsonaro fez dois discursos depois de eleito. O primeiro por meio das redes sociais para os acostumados a vê-lo ali. O segundo transmitido por redes de emissoras de rádio e de televisão.

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Foi de improviso o primeiro. O segundo foi lido. Importa o segundo. Ele marca a migração do Bolsonaro extremista velho conhecido para o Bolsonaro democrático novinho em folha que agora se apresenta.

De um total de 955 palavras distribuídas em 36 parágrafos, Bolsonaro usou 14 delas para referir-se diretamente à liberdade e seus derivativos. E mais 6 à democracia. E mais 2 à Constituição.

Os dois parágrafos a seguir resumem sua mensagem e não deixam de ser o inverso do que ele sempre disse, sugeriu ou insinuou:

“Liberdade é um princípio fundamental. Liberdade de ir e vir, andar nas ruas, em todos os lugares deste país. Liberdade de empreender. Liberdade política e religiosa. Liberdade de informar e ter opinião. Liberdade de fazer escolhas e ser respeitado por elas.

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Este é um país de todos nós, brasileiros natos ou de coração. Um Brasil de diversas opiniões, cores e orientações.”

Estamos a um passo – quem sabe? – de sermos obrigados a reconhecer que Bolsonaro é um democrata de berço. Ou de admitirmos que se fantasiou de ditador tão somente para se eleger.

A verdade talvez esteja no meio. Numa democracia, um autocrata pode vencer, mas só governa se aplicar um golpe ou se acomodar-se às regras do jogo. Adiante, poderá até tentar mudá-las.

Seja bem-vindo, pois, o Bolsonaro recém-convertido à democracia. Quanto ao outro, em vias de ser apagado, recomenda-se cuidado e eterna vigilância.

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