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Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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E o Congresso, companheiro?

A falta de atenção que demos às eleições de deputados e senadores.

Por Felipe Schulman
Atualizado em 30 jul 2020, 20h16 - Publicado em 9 out 2018, 12h00

Aos 21 anos, tenho muitas dúvidas sobre onde estão os anjos e os vilões da política. O que sei é que nenhum dos dois presidenciáveis que chegaram ao segundo turno terá a capacidade de mudar a situação atual do nosso país.

O motivo para eu não acreditar que o país vai mudar é a falta de atenção que demos às eleições de deputados e senadores.

É claro que a eleição presidencial é importante, porém, quando falamos de mudança, tudo começa no Congresso Nacional.

Infelizmente, em vez de nos informarmos sobre os nossos representantes no Congresso – e também por estarmos confrontados diariamente com a insegurança – gastamos a nossa energia em busca de um salvador. Está aí a figura de Lula, um mito da esquerda para comprovar isso.

A diferença é que agora a direita também encontrou o seu mito, o seu salvador. Assim como a maioria dos petistas fanáticos, a maioria dos fanáticos de Bolsonaro não vê falhas no seu candidato.

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Mas enquanto ignorarmos os nossos representantes mais diretos em Brasília, acredito que a situação dificilmente melhorará.

Nessas eleições, um sinal do desequilíbrio entre a disputa presidencial e as estaduais no primeiro turno foi o número de votos nulos e brancos para o Senado em relação aos mesmos votos para presidente.

Pernambuco, por exemplo, teve 38,28% de votos brancos e nulos para o Senado, comparado a pouco mais de 12% na eleição presidencial.

Em São Paulo, a taxa na eleição ao Senado foi de 31,88% , contra cerca de 10% no pleito presidencial. Esse padrão se repetiu por todo o país e reflete a falta de atenção e de informação para as disputas para o legislativo.

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Talvez a gente esqueça que independentemente de quem seja presidente, ele terá que trabalhar com o Congresso para passar medidas que são essenciais para o país, especialmente neste momento.

Quem estiver lá dentro irá determinar, sem exagero nenhum, o futuro do país.

Aqui nos Estados Unidos, onde eu estudo atualmente, com o mandato de Trump em perigo e sua administração pegando fogo, toda a atenção está virada para os “midterms” — as eleições estaduais que determinarão a composição do Congresso daqui.

Com um presidente sem receio nenhum de se colocar contra todas as convenções políticas e chamado pelos seus próprios assessores de impulsivo e ignorante, seus adversários políticos focam em minimizar seu impacto.

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Se os democratas ganharem a maioria na Câmara, que no momento é controlada pelos republicanos, podem vir até a ameaçar uma votação de impeachment de Trump. Para aqueles que discordam de Trump é muito claro que não se pode esperar até a eleição presidencial de 2020.

Conheço muitas pessoas que decidiram votar tanto em Bolsonaro quanto em Haddad, apesar de não serem totalmente favoráveis aos respectivos candidatos.

Quanto a mim, sempre dou preferência ao candidato com quem mais me identifico no primeiro turno e deixo para escolher o menos pior no segundo turno.

Como geralmente não me identifico com os candidatos preferidos pela maioria (PT, PSDB, Bolsonaro), o meu voto acaba não influenciando o resultado.

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O voto a que mais dou valor é a senador e a deputado. Nesse voto, diferentemente do presidencial, é possível eleger pessoas novas e sérias, que fogem da mesmice política do país.

Acredito que esta seja a única forma para podermos eleger, aos poucos, representantes que mudarão a realidade do país.

O engajamento político continuará no próximo mês com todo o mundo falando sobre Bolsonaro e PT.

De um lado, ignorarão as falhas do governo petista e seu histórico corrupto. Do outro, ignorarão – ou pior, enaltecerão- os posicionamentos perigosos de Bolsonaro.

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Quando a eleição terminar, encontraremos outro assunto, deixando a política de lado até o próximo escândalo.

A maioria não saberá quem são seus deputados e senadores, pois não temos voto distrital nem outras formas de aferir diretamente o desempenho dos nossos representantes. Ainda mais nesse Congresso multipartidário que elegemos este ano.

As desvirtudes do vencedor, a despeito de quem seja, se revelarão. As alianças serão formadas e o jogo político vai continuar a rolar.

E nós, lá por agosto de 2022, vamos voltar a nos preocupar em encontrar um novo salvador, ainda enfrentando os mesmos problemas de sempre. Espero que não.

 

Felipe Schulman estuda Economia na Universidade de Miami. 

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