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Compadre de ACM Neto vira ministro de Bolsonaro na hora errada

Presidente do DEM reafirma a independência do seu partido

Por Ricardo Noblat
13 fev 2021, 08h00

Se o deputado Rodrigo Maia (RJ) não tivesse anunciado sua saída do partido com tiros, relâmpagos e trovoadas, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do DEM, estaria a essa altura comemorando a nomeação de João Roma para ministro da Cidadania, cargo ambicionado por 9 de cada 10 políticos porque seu ocupante é quem manda no programa Bolsa Família.

ACM Neto e Roma são amigos desde que se conheceram em Brasília nos anos 90 – o primeiro como deputado federal pelo Partido da Frente Liberal (PFL), o segundo como membro da Executiva do partido. Foi amor à primeira vista. Pernambucano, Roma foi trabalhar no gabinete de Neto na Câmara e, depois, a convite dele, mudou-se para a Bahia decidido a fazer política.

Os dois eram carne e unha, a ponto de Neto ser padrinho do filho de Roma. Entre 2013 e 2018, Roma chefiou o gabinete de Neto na prefeitura de Salvador. Mas quando se sentiu pronto para disputar o mandato de deputado federal, Neto preferiu que ele deixasse o DEM e se filiasse ao Republicanos. Na Bahia, pelo menos, Republicanos e DEM sempre andaram juntos a serviço de Neto.

Era para Roma virar ministro de Bolsonaro sem macular a imagem de independência do DEM e do seu presidente. Uma vez que Bolsonaro emplacasse Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na presidência do Senado, o Republicanos, um dos partidos do Centrão, bancaria a indicação de Roma. Neto assistiria tudo à distância segura.

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Mas deu errado porque Maia denunciou a traição de Neto que, na última hora, retirou o DEM do bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), candidato a presidir a Câmara. A entrada de Roma no governo Bolsonaro tornou-se então nitroglicerina pura para Neto. Afinal, como insistir com a história de que não traiu Maia ao ajudar Bolsonaro e o Centrão a elegerem Lira?

A primeira coisa que Maia disse ontem foi que Roma ministro é a prova de que Neto entregou o DEM a Bolsonaro. A primeira coisa que Neto disse foi que lamentava a aceitação, por Roma, do convite para ser ministro porque ela desconsiderou a relação política e “a amizade pessoal” que os dois construíram juntos “ao longo de toda a vida”. Neto disse mais sem que sua face tremesse:

– Se a intenção do Palácio do Planalto é me intimidar, limitar a expressão das minhas opiniões ou reduzir as minhas críticas, serviu antes para reforçar a minha certeza de que me manter distante do governo federal é o caminho certo a ser trilhado, pelo bem do Brasil.

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Neto é candidato ao governo da Bahia. O PT governa o Estado há 14 anos. Salvador é considerada a capital mais anti bolsonarista do país. Neto teme perder votos se muitos se convencerem ali que ele firmou uma aliança branca com Bolsonaro. Recentemente, Neto afirmou que não descarta o apoio do DEM a nenhum dos atuais pré-candidatos a presidente da República.

Bolsonaro havia dito a alguns dos seus ministros que até a próxima terça-feira assinaria a nomeação de Roma, mas antecipou-a porque soube que ele estava sob pressão de Neto para que recusasse o cargo. Nas últimas 48 horas, Roma escondeu-se na Bahia fugindo de Neto. Tão logo sua nomeação foi publicada no Diário Oficial, declarou:

– ACM Neto está aborrecido com minha decisão. Estou sendo afetado por uma briga entre Neto e Rodrigo. Eu precisava cumprir a missão do meu partido. O momento é de união de todos e precisamos trabalhar para ajudar aqueles que mais precisam. A missão desse Ministério é não deixar ninguém para trás.

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Ó paí, ó: Roma prestou mais um bom serviço a Neto ao dizer o que disse. Se não for mal agradecido, Neto o perdoará. Tem gente que mente que nem sente.

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