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Carmen fere Moro: tiros e punhais na 2ª Turma (por Vitor Hugo Soares)

Duelos de terça-feira

Por Vitor Hugo Soares
27 mar 2021, 14h00

No feroz, teatral e burlesco tiroteio em que se transformou a sessão de julgamento do pedido de suspeição do ex-juiz Sergio Moro, pela condenação do ex-presidente Lula no caso do triplex no Guarujá (SP), era previsível que, com tantas balas saindo das armas disparadas no salão, pelos membros da notória Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, uma acabaria acertando o magistrado condutor da Lava Jato, maior e mais relevante operação de investigação, julgamento e punição de corruptos e corruptores da historia recente do Brasil, mesmo sem ele estar presente no recinto.

Nos duelos de terça-feira, 23, a bala perdida, que feriu o ex – magistrado de Curitiba, não partiu da arma do quase estreante ministro Castro Nunes, como muitos apostavam, por ter sido elevado à corte maior de justiça pelo atual dono do poder, Jair Bolsonaro. O balaço veio, sorrateiro, da atiradora veterana de elite, ex-presidente do STF, Carmen Lúcia, que lá chegou alçada pelas mãos de Lula. E o estrago está feito, doa em quem doer.

O primeiro efeito é mais político que jurídico. Moro deixa – aparentemente – o papel de um dos principais protagonistas das presidenciais de 2022, e passa ao rol de crucial coadjuvante na busca de um nome de centro – ou da chamada terceira via – ainda em gestação, para tentar quebrar o surrado confronto “direita” x “esquerda” que começa a ganhar as caras de Lula e Bolsonaro. Dórea, Huck, o governador do RGS? Ou o ex – ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que larga na frente e foi o primeiro a protestar forte e duramente contra a suspeição e sair em defesa da Lava Jato. Ao mesmo tempo fez acenos a Sergio Moro ao vê-lo ferido pela Segunda Turma.

Além de balas, punhaladas! No pesado e sombrio ambiente carregado de segredos ainda a serem desvendados – espera-se que o jornalismo o faça, jogando luz sobre os arranjos e acordos de bastidores que desaguaram no estranho 3 a 2 final, com a virada do voto da ministra Carmen. A sessão histórica (para o bem e para o mal), em certos momentos deu a impressão de transformar-se, também, no cenário tétrico, triste e nebuloso do famoso tango portenho “Silbando” (Assobiando, imortalizado por Gardel: “Y, brillando entre la sombra,/El relumbron/Con que un facon/Da su tajo fatal”…) ”E brilhando entre a sombra/o reluzir/com que um facão/Dá seu talho mortal”…) Muitos signos à espera de serem decifrados.

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Afinal, o próprio presidente da turma, o agressivo e irritadiço ministro Gilmar Mendes – que, quando as coisas não lhe parecem correr bem, pouco se importa em qualificar um colega de “indecente”, ou ofender o Piauí (terra do ministro Cássio), – afirmou a certa altura da encarniçada sessão: “Aqui ninguém mais engana ninguém”. Precisa desenhar?

Aspas para o ex-juiz Sergio Moro: “Apesar da decisão da segunda turma do STF, tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex – Presidente”. Ponto. Disse mais, mas isso é o suficiente, por enquanto. Diga-se ainda: a sessão de terça-feira foi um show magistral representativo dos pecados capitais, em especial da inveja, da ira e da soberba. E deu no que a sociedade viu e sentiu até aqui. O resto, a desvendar e conferir.

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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