Admirável o empenho do presidente Bolsonaro em defender sua cria – no caso, o deputado Flávio, senador eleito pelo Rio de Janeiro, cujo ex-motorista, Queiroz, está sendo investigado por ter movimentado em um ano mais dinheiro do que ganhou.
Flávio cobra explicações de Queiroz. O general Mourão, o vice, também. Queiroz se esconde e silencia. Por ele, fala Bolsonaro. A conta de Queiroz no banco recebeu depósitos de colegas dele, solidários com suas dificuldades. Normal, segundo afirmou Bolsonaro.
Como normal, já que o conhecia há muito tempo, que Queiroz devesse a ele, Bolsonaro, mais de R$ 40 mil, e não a Flávio, seu patrão. E que parte do dinheiro fosse parar na conta de Michelle, a futura primeira dama. Afinal, Bolsonaro não tem tempo para descontar cheques. Ontem, teve.
Normal também que a mulher e duas filhas de Queiroz tenham sido funcionárias do gabinete de Flávio – e, uma delas, do gabinete de Bolsonaro em Brasília. Eram pessoas amigas e de confiança. Não havia como imaginar que se envolveriam em confusões.
Mesmo assim, Bolsonaro quer que Queiroz se explique. Se Queiroz não matar no peito, o laranjal desaba.