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Bolsonaro revela sem cortes a face golpista do seu governo

O ato e o fato

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 18h56 - Publicado em 13 Maio 2020, 08h00

Que governo é esse onde o presidente ameaça usar as Forças Armadas caso o Congresso abra contra ele um processo de impeachment;

onde o ministro da Educação chama os ministros do Supremo Tribunal Federal de filhos da puta e diz que todos eles deveriam ser presos;

onde a ministra da Mulher e dos Direitos Humanos defende a prisão de governadores e dos prefeitos;

e onde os demais ministros, sendo 8 dos 22 militares, a tudo ouvem, impassíveis, sem dar sinais de que discordam?

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É um governo golpista. Que poderá cair por falta de condições de aplicar o golpe. Mas que se tiver condições para tal, se de fato se sentir ameaçado de cair, tentará dar o golpe.

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Não é dedução. Não depende de opinião de quem gosta e de quem não gosta do governo. É fato. Está gravado no vídeo exibido, ontem, na Polícia Federal. Está na boca do presidente.

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Golpe não se dá mais com tanques rolando pelas ruas, tropas marchando contra cidades, Congresso fechado, Supremo Tribunal Federal fechado, prisões de opositores do novo regime.

Baionetas caladas calam um Congresso que se deixa emascular pensando evitar o pior. Um twitter do Comandante do Exército foi suficiente para mudar o rumo de uma decisão do Supremo.

O presidente da República e seu governo, pois, são, um perigo à democracia. Só isso bastaria para serem removidos. Ou se continuará esperando que o presidente faça o que alardeia que faria?

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Como Donald Trump, Jair Bolsonaro é um aventureiro e um jogador de cartas que aposta alto. Como Trump, é também um presidente acidental. Mas ao contrário de Trump, tem vocação de ditador.

Trump jamais se arriscaria a dizer que só deixará a Casa Branca daqui a quatro anos. Porque sabe que se não for reeleito em novembro próximo, irá para casa. Voltará às cartas e aos seus negócios.

Bolsonaro disse que só deixará o poder em janeiro de 2027. Como se não admitisse a possibilidade da derrota em 2022. Como se ele e a Constituição fossem uma coisa só. Por sinal, já disse que são.

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Em 2018, afirmou que só reconheceria os resultados das urnas se vencesse. Há poucos meses, disse ter provas de que a eleição foi fraudada para que não se elegesse direto no primeiro turno.

Cadê as provas? Não apresentou. Era blefe. Mais uma mentira de um presidente censurado no Twitter e no Instagram por mentir compulsivamente. O único presidente, até hoje, censurado.

Não foi o escândalo da invasão do edifício Watergate, onde funcionava a sede do Partido Democrata, em Washington, que fez o republicano Richard Nixon renunciar à presidência dos Estados Unidos.

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Nixon renunciou porque mentiu. Um presidente que mente ao país comete pecado mortal nos Estados Unidos. Bill Clinton mentiu quando negou ter feito sexo com uma estagiária da Casa Branca.

A Câmara dos Deputados aprovou a abertura de processo contra Clinton. Faltou um único voto no Senado para cassar seu mandato. Se mentira, aqui, tirasse presidente, Bolsonaro estaria fora.

Aqui, presidente corrompe e se deixa corromper se é popular. Se sabe saciar o apetite de políticos famintos por dinheiro e cargos, sobrevive a denúncias de que patrocinou negociatas sujas.

Se pedala a Lei de Responsabilidade Fiscal como tantos já fizeram, não desmorona. Só desmorona se perder apoio político para governar. Esse filme já passou e deu em tudo o que se vê hoje.

Em negociação com os partidos mais fisiológicos do Congresso, Bolsonaro pedala os bons costumes para seguir governando. Se necessário, tentará pedalar a ordem jurídica para permanecer onde está.

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