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Bolsonaro, o exterminador do futuro de muita gente

E o vírus mal começou a matar no Brasil...

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h01 - Publicado em 11 abr 2020, 08h00

Em que parte do mundo já se viu um chefe de Estado sair a passear em plena pandemia de um vírus desconhecido que mata a roldo? Em que parte se viu um abraçar pessoas podendo ser contaminado por elas ou então contaminá-las?

Onde já se viu um chefe de Estado desacreditar medidas de restrição social baixadas por governadores e prefeitos e endossadas pelo Ministério da Saúde do seu próprio governo? Os poucos que tentaram recuaram logo em seguida.

Pois é o que tem feito o presidente Jair Bolsonaro desde que voltou dos Estados Unidos há pouco mais de um mês trazendo uma dezena de acompanhantes infectados pelo coronovírus e que, uma vez no Brasil, infectaram uma dezena ou mais de pessoas.

Em um país onde o presidente da República manda muito, embora nem tanto quanto desejaria, ele é a primeira referência dos governados. Natural que seja. O que diz é ouvido e repetido, e o que faz libera a população para que faça também.

Bolsonaro sabe disso, mas quando é conveniente finge não saber e banca o inocente. Se estimula os brasileiros a abandonarem o confinamento e a retornarem às ruas, parte deles o segue. Não é possível que ignore os efeitos perversos de sua atitude.

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Hás mais de um mês que o ministro Luiz Henrique Mandetta rendeu-se à orientação da Organização Mundial da Saúde acolhida por todos os países assolados pelo vírus: fique em casa. Circule o mínimo possível. Deixe para depois tudo o que possa.

O chefe de Mandetta faz o contrário. No último dia 15, recepcionou em frente ao Palácio do Planalto manifestantes ali reunidos para pedir o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Tocou com as mãos em mais de 250 deles.

Anteontem, foi a uma padaria de Brasília tomar um refrigerante e comer um doce. Bem recebido por uns, hostilizado por outros, provocou aglomerações, apertou a mão de admiradores e foi embora assim que bateram as primeiras panelas.

Fez pior ontem. Depois de uma escala no Hospital das Forças Armadas, saiu direto para uma farmácia, atraindo gente. Visitou um dos filhos que aniversariava. E ao sair do prédio com o nariz escorrendo, limpou-o com o braço e apertou mãos.

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O que pretende com isso? É uma pergunta que ele não responde, e quando o faz tergiversa. O que ele consegue com isso? Que as pessoas, e não só as que o cumprimentam, se exponham ao risco de se contaminar e de morrer.

Age como uma espécie de exterminador do futuro de milhões de brasileiros. Não é muito diferente do pastor americano James Warren “Jim Jones”, fundador e líder da seita Templo dos Povos, que em novembro de 1978 promoveu um suicídio em massa.

No início dos anos 60 do século passado, Jim Jones esteve no Brasil porque julgava Belo Horizonte um dos lugares mais seguros do mundo se houvesse uma guerra nuclear. Mudou-se mais tarde para o Rio onde trabalhou durante alguns anos com favelados.

Mas foi em Jonestown, capital da Guiana, que se sentindo ameaçado, convenceu seus devotos a se matarem. Primeiro os pais mataram os filhos, envenenando-os com cianureto. Depois beberam o veneno. Ao todo, morreram 918 pessoas.

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Bolsonaro ainda não mandou que ninguém tomasse veneno. Manda que não levem a sério um vírus que já matou até ontem mais de mil brasileiros e infectou quase 20 mil. No mundo, em 100 dias, matou 100 mil pessoas. E, por aqui, o estrago mal começou…

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