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Bolsonaro falou mais uma vez para seus aliados incondicionais

Destruir para reconstruir mais tarde

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h06 - Publicado em 13 mar 2020, 08h00

Quando passar o que ainda mal começou, jamais se saberá quantas vidas de fato poderiam ter sido poupadas e quantos casos de coronavírus poderiam ter sido evitados se o presidente Jair Bolsonaro tivesse levado a sério o que preferiu tratar até anteontem como “uma pequena crise” alimentada pela “fantasia” da mídia que ele odeia.

Foi por ignorância que procedeu assim. Foi porque desprezou os alertas do ministro da Saúde. Foi porque resolveu copiar o comportamento do seu ídolo, o presidente Donald Trump. Mas foi também porque não queria esvaziar as manifestações de rua contra o Congresso e a Justiça convocadas por seus devotos e endossadas por ele.

Em um governo centralizado como este, dependente dos humores de uma família, onde o chefe da facção mete medo em generais que no passado o viam como um reles sindicalista de porta de quartéis, mas que agora dependem dele para garantir os seus empregos, natural que todos esperem perfilados e ansiosos a ordem do dia.

Se falta a ordem, ninguém se mexe. Os que ousam se mexer ou não temem ser dispensados mesmo assim respeitam limites que, uma vez ultrapassados, podem desatar a fúria superior. Ninguém se sente seguro onde está. As instruções são quase sempre confusas e podem ser revogadas sem maiores explicações. É uma balbúrdia.

É de se imaginar – mas só imaginar – se Bolsonaro teria cancelado as manifestações que estimulou se não soubesse de véspera que estavam condenadas ao fracasso. Ou se o coronavírus não tivesse subido a rampa do Palácio do Planalto onde colheu sua primeira vítima de peso, ameaçando por tabela o próprio presidente.

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Mesmo em tais circunstâncias, ao invés de falar ao país na condição de presidente de todos os brasileiros, falou para os dispostos a lhe dar razão sempre – algo como um terço dos que votaram nele em 2018. Calcula que eles bastarão para levá-lo ao segundo turno da eleição de 2022 – se Deus quiser, contra um nome da esquerda.

Como observou Bolsonaro em seu curto pronunciamento, as manifestações foram apenas adiadas. No seu entendimento, elas eram plenamente justificáveis. Se o Congresso não se render às suas vontades, sinta-se muito ou nada, continuará com a corda no pescoço. Como está para delírio dos equivocados. E assim será até o último dia do seu governo.

A eventual resistência da Justiça aos seus propósitos não o preocupa tanto. Não só porque ela é mais dócil, mas porque até o fim do próximo ano contará com dois ministros obedientes, nomeados por ele, no Supremo Tribunal Federal. Dois em um total de 11. O suficiente para emperrar ao seu gosto as ações da Corte.

No discurso mais revelador que fez desde que chegou à presidência, para aliados reunidos na embaixada do Brasil em Washington, Bolsonaro pregou que era preciso destruir o “sistema” para mais tarde reconstruir o Brasil. À época, soou como discurso de candidato que ainda não descera do palanque. Não era, como se pode ver.

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