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Barroso no Manhattan Connection: de tirar o boné (por Vitor Hugo Soares)

O hábil e sutil

Por Vitor Hugo Soares
6 mar 2021, 13h00

De tirar o boné a entrevista do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, na nova fase do programa Manhattan Connection, agora na TV Cultura e afiliadas. Doa em quem doer – da esquerda, centro e direita – mas é indispensável reconhecer, diante do fato relevante: Foi uma rica e brilhante conversa jornalística. Diversificada, firme e descontraída do início ao fim. Além de pedagógica e desconcertante (do ponto de vista da comunicação), a começar pela abertura: No último bloco do programa – que já apresentara três marcantes entrevistas, com Sérgio D’Ávila, editor chefe da Folha de S . Paulo, jornal que celebra 100 anos, fiel aos embates que marcam sua história; do repórter Fernando Gabeira, que comemora 80 anos, festejado por colegas de profissão, sem perder o brilho e vigor do começo da carreira, e do economista Pérsio Arida, ex-ministro da Fazenda que, em poucos minutos, esfacela os castelos de areia construídos pelo colega “liberal” Paulo Guedes, “Posto Ipiranga” do ensandecido governo de Jair Bolsonaro – quando o telespectador praticamente não espera mais nada, além do boa noite, aí vem a cereja do bolo.

Eis que aparece o ministro Luis . Roberto Barroso, na janela de seu gabinete – no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde participava de uma sessão do pleno – de onde, segundo ele, desfruta uma das mais belas vistas de Brasília. O sempre afiado âncora Lucas Mendes, de Nova York, pergunta de pronto: “Ministro, daí o senhor está vendo Caracas? Está enxergando a Venezuela?” Precisa desenhar? Simplesmente sensacional e fora do fardamento burocrático, como se dizia no Jornal do Brasil e na VEJA, quando eu labutava em suas redações.

O hábil e sutil – até sarcástico com ele próprio em momentos da conversa – membro da suprema corte de justiça do país não se perturba nem sai do prumo. Sorri e parece agradecido pela opo rtunidade que enxerga à sua frente, para esclarecer pontos que ficaram mal compreendidos na polêmica conversa com o historiador Marco Antônio Villa, e que ainda repercutiam nas redes de impropérios lançados contra ele. Agrupando “esquerda” e “direita” desorientadas tal e qual birutas de aeroporto.

“Eu disse, então, que a Venezuela é de direita, e o mundo desabou sobre a minha cabeça. Gostaria de explicar, aqui, como eu vejo isso: Nós tínhamos um coronel, latino-americano, golpista e que instituiu um sistema apoiado na cooptação e corrupção das forças armadas, que hoje é apoiado pela Rússia, de Putin, que trabalhou para impedir a ascensão de Hillary Clinton e colocar Donald Trump no poder. De modo que a minha visão do bolivarianismo, e do próprio Bolivar, era de um ditador, um sujeito que tinha pretensões ditatoriais, contra a democracia representativa e a distribuição de terra. Hoje a Venezuela é só um desastre humanitário, não é mais de esquerda ou de direita. Aliás, eu não entendo porque a esquerda brasileira se agarrou ao mastro deste naufrágio”

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Acertou no alvo, o ministro Barroso, estrebuche quem quiser e ponha a carapuça quem se julgar atingido.

Quatro entrevistas de encher as medidas em um só Manhattan Conection. Parabéns Lucas Mendes e Caio Blinder, de NY, e Diogo Mainardi, de Veneza, pelo programa remodelado, ágil e ainda mais atraente. Sem perder o foco do velho e bom jornalismo político. De deixar muita gente com sorriso de satisfação nos lábios, e outro tanto de orelha em pé. Viva!

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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