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Por Coluna
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As balas perdidas encontram crianças aqui no Rio

Estamos perdendo nossas crianças e não me refiro apenas às vítimas fatais de tiroteios. Refiro-me também ao desprezo que temos pelo nosso futuro

Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Atualizado em 9 fev 2018, 12h01 - Publicado em 9 fev 2018, 12h01

Há quem diga que o carioca está desligado de seu sofrimento. Não está não. Quem está desligado de nosso sofrimento é o Governo Federal que não assumiu ainda as rédeas desta cidade. O Rio não pode continuar nas mãos deste desgoverno que promete tanto e nada faz.

Sofremos diariamente com notícias terríveis. Estamos perdendo nossas crianças e não me refiro apenas às vítimas fatais de tiroteios entre policiais e bandidos, bandidos e bandidos e policiais e policiais.

Refiro-me também ao desprezo que temos pelo nosso futuro. Como assim? Bem, em minha opinião, ao não demonstrar, com vigor, aos jovens, que não queremos continuar a viver sob o terror em que estamos vivendo. Temos que mostrar-lhes que não estamos nada satisfeitos com essa situação. Temos que lhes fazer ver que eles são o que temos de mais importante e que suas vidas são nosso maior valor.

Neste mês de fevereiro perdemos duas crianças e estamos com outra internada em estado grave, as três vítimas de tiros. A TV noticia as mortes e nos mantém a par do estado do pequenino internado, mas em seguida nos mostra a cidade em pleno batuque, sambando como se não houvesse vítimas a prantear.

Será que estamos com o coração tão leve a ponto de sambar e cantar, livres, leves e soltos?

Sei que muitas pessoas acham que o Carnaval alivia o sofrimento, permite que o povo desabafe. Acham que a festa anima e dá nova vida à cidade. Eu me pergunto o seguinte: não era melhor primeiro retomar o controle de nossa cidade e só então festejar o Carnaval? Ou será que acham que durante o Carnaval os bandidos viram anjos?

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O governador Pezão, que foi vice-governador do presidiário Sergio Cabral, não teve tempo para ler o projeto do Governo Federal para a retomada da Segurança Pública aqui em nossa cidade pois tinha uma reunião em Brasília com outros governadores para assuntos de interesse geral do Brasil. Será que eram assuntos mais importantes que a tenebrosa situação do Rio de Janeiro?

O que não adianta é fingir que não estamos em perigo. É perigo e é grave, medonho, pois está roubando nosso maior tesouro, as crianças.

Perdemos, desde 2007, 44 crianças vítimas de tiroteios, segundo a ONG Rio de Paz. Em 2017 foram dez as vítimas. E agora, no início de 2018, já temos três vítimas:

Jeremias, de 13 anos, não estava na escola porque a instituição estava fechada por ordem da polícia. Morreu baleado.

Emiliy, de 3 anos, saía de uma lanchonete acompanhada dos pais. Morreu.

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E nós estamos em estado de vigília pedindo a Deus pela recuperação de João Pedro, de 4 anos, que está numa UTI em estado grave. Foi vítima de um tiroteio.

Confesso que já ando com medo de ler os jornais, ou ligar a TV ou o rádio, e ficar sabendo de mais crianças vítimas de tiroteios.

E peço um favor: não digam que o Rio não sofre com essa situação. Sofre, sim. E muito.

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. www.facebook.com/mhrr 

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