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Por Coluna
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A dispersão do centro social

O centro deu as costas aos políticos.

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 18 fev 2018, 14h01 - Publicado em 18 fev 2018, 14h00

Os grupamentos que habitam o centro da sociedade estão dispersos. São os densos núcleos de profissionais liberais – médicos, engenheiros, economistas, comunicadores, educadores, dentistas etc -, pequenos e médios proprietários, enfim, os que mais influenciam na pirâmide social, com o poder de irradiar seu pensamento para as margens, fazendo círculos concêntricos que se formam ao se jogar uma pedra no meio da lagoa.

A dispersão dos habitantes do meio da pirâmide ocorre, primeiro, por indignação contra a velha política e seus protagonistas. Os escândalos em série envolvendo políticos e agentes de negócios provocam um sentimento de repulsa contra corruptos. O centro deu as costas aos políticos.

Porém, as margens ainda se amarram no fisiologismo, o que lhes garante bolsas e outras compensações. Por isso, o grau de renovação que se espera no Congresso – deputados e senadores – se dará com mais força nas classes médias, que guardam um voto mais racional do que o voto emotivo dos mais carentes.

O meio busca o novo na política, que deve ser entendido não apenas como candidatos jovens, mas perfis comprometidos com propostas renovadoras, sérias e críveis. Daí a inclinação para se escolher pessoas assépticas, não contaminadas pelo vírus da politicalha.

Os profissionais liberais começam a olhar para os horizontes e a distinguir os perfis que lhes possam parecer diferentes e interessantes. Ainda não encontraram o foco. Na pasmaceira, quem se distingue é o deputado Jair Bolsonaro, ex-militar com visão radical, cuja expressão aguda agrada a quem deseja limpeza geral na política. Mas é pouco provável que essa personalidade cheia de arestas e polêmicas tenha condições de chegar ao pódio. É uma escolha por falta de opção, no caso, um candidato com voz de autoridade, credibilidade e respeitabilidade.

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A dispersão das classes médias ocorre na esteira do imenso vazio aberto por falta de propostas para atender às urgentes demandas sociais. A violência campeia. As ruas encontram-se sem policiamento e escassos destacamentos policiais. A falência dos Estados deixa servidores com salários atrasados. Os governantes não cumprem tarefas e deveres. Na maior parte dos Estados a avaliação é negativa e poucos se reelegerão.

Em abril, a campanha começará a esquentar. Identidades e histórias dos candidatos serão conhecidas. É razoável supor que as classes médias desçam do muro para avaliar o discurso de maneira mais acurada. Será difícil vender gato como lebre. Os programas passarão pela balança da factibilidade.

Por último, convém registrar: se as classes médias “comprarem” a ideia de um candidato, as marolas que produzirão no lago farão mudar a cabeça de muitos eleitores das margens.

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação Twitter@gaudtorquato 

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