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Por Coluna
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A chance da educação

A quase totalidade das crianças pobres brasileiras estão impedidas da chance de usar o talento pessoal

Por Cristovam Buarque
Atualizado em 30 jul 2020, 19h47 - Publicado em 26 abr 2019, 11h00

A chance de uma pessoa se tornar um Machado de Assis ou um Einstein é menor do que a probabilidade de ganhar sozinho na loteria com apenas uma aposta. Mas quem não tiver comprado o bilhete antes do sorteio não tem probabilidade de ganhar, quem na idade certa não aprendeu a escrever bem e a entender matemática não terá chance de se fazer um grande escritor ou cientista . Por isto, negar educação com a máxima qualidade a uma criança é como negar a algumas pessoas o direito de comprar bilhete de loteria.

É isto que fazemos no Brasil: a quase totalidade das crianças pobres brasileiras estão impedidas da chance de usar o talento pessoal para tentar ser um novo Machado ou Einstein. Dificilmente conseguirão chegar a este nível de sucesso, mas sem o bilhete da escola não terão chance.

O grave é que na loteria quem perde é a pessoa que não joga, até porque ela não cria riqueza, apenas concentra as apostas e entrega a soma ao vencedor, na educação perde o país inteiro. Não pelos gênios, que serão sempre rarissimos, mas pelas multidões de bons profissionais, artistas, escritores que ajudariam a criar um Brasil mais rico, eficiente, justo, sustentável, se tivessem tido a chance de estudar.

Apesar disto, ninguém se rebela contra a prática histórica no Brasil de impedir milhões da chance de receber uma boa educação. Imagine a revolução violenta que ocorreria se os pobres brasileiros passassem em frente de uma casa lotérica sem direito de entrar nela e fazer uma aposta. Mas eles passam docilmente e até sem desejo nem sonho em frente às boas escolas onde seus filhos não entram. Aceitam isto tranquilamente porque está incutido no Brasil que educção não é o caminho para a riqueza e o bem estar de um povo, que a educação de qualidade é um direito apenas dos que podem pagar e, além disto, estudar é muito mais difícil do que jogar na loteria.

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Estes são nossos desafios: convencer ao Brasil que educação é o caminho, que uma criança fora da escola é um desperdício de potencial para o País, que também podemos ser campeões com os cérebros de nosso povo, e não só com os pés no futebol, e que vale a pena apostar em uma loteria que é jogada todos os dias, com esforço diário, para um prêmio que só vem décadas depois. 

 

Cristovam Buarque é ex-senador 

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