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Vexame na saída: Trump vai rachar a unidade do Partido Republicano?

Tensões internas facilitam a vida dos democratas e criam a possibilidade de que o presidente divida um partido ao qual nunca pertenceu totalmente

Por Vilma Gryzinski 6 jan 2021, 08h09

Donald Trump entregou de bandeja a vitória no segundo turno da eleição para o Senado na Geórgia.

Esta é a interpretação sussurrada entre os “rebeldes” do Partido Republicano, os congressistas que rejeitam o explosivo e, acima de tudo, inútil final de mandato que Trump tem utilizado em tempo integral para propalar a tese de que a eleição de Joe Biden foi fraudada.

Todo mundo já sabe da importância da eleição senatorial, com sua capacidade de dar a maioria do Partido Democrata e propiciar uma largada de governo mais tranquila para Joe Biden – possibilidade tratada com algum exagero: Trump e Barack Obama também tiveram maioria nas duas casas legislativa no começo de seus mandatos e nem por isso fizeram grandes transformações.

A diferença mínima da vitória de Raphael Warnock, (50,6%) um simpático pastor que faria inveja aos padres do PT, sobre Kelly Loefler (49,4%), mais conhecida como a senadora mais rica da casa, indica que o resultado poderia ter sido diferente.

A segunda disputa, entre Jon Ossof e David Perdue, com a possível vitória do primeiro, ainda não havia sido oficialmente fechada, mas também favorece o democrata.

Cada um dos candidatos vencedores recebeu doações de campanha de mais de 100 milhões de dólares, uma quantia absurda até pelos padrões americanos.

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Joe Biden disse que se eles ganhassem, o auxílio emergencial de 2.000 dólares, ao invés do mais modesto de 600, entraria imediatamente no bolso dos americanos, uma declaração eleitoreira que provocaria repúdio nos bem pensantes se estes não estivessem igualmente empenhados em mover céus, terras e tuítes para derrotar os republicanos.

Enquanto os democratas agiam em frente unida, Trump passou mais tempo brigando com o governo estadual, republicano, do que defendendo os candidatos do partido.

O motivo da briga é conhecido: ele quer achar provas de fraude eleitoral na Geórgia, um dos estados onde a vitória de Biden foi apertada e o governador é republicano.

Por causa disso, fez o telefonema em que exerceu pressão máxima sobre o secretário estadual responsável pela contagem dos votos, Brad Raffensperger. Trump chegou a insinuar que o secretário poderia sofrer sanções legais e tuitou críticas a ele. 

No dia seguinte, a gravação da conversa estava no Washington Post e só não provocou escândalo maior porque a conta é que faltam apenas duas semanas para o fim do mandato presidencial.

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Alguns céticos diriam até que Trump de rédeas soltas nos momentos finais do jogo é benéfico para os democratas. Desse ponto de vista, idealmente ele deveria levar a briga até o fim e rachar o Partido Republicano, sabotando por muito tempo suas chances de ganhar eleições para cargos do executivo.

Pensando na base fiel que continua a venerar Trump e na importância dela para 2024, um grupo de senadores e deputados vai contestar hoje o resultado da eleição presidencial. As consequências práticas são poucas, mas contribuem para o clima de exaltação que Trump pretende levar até seu último dia na Casa Branca.

Ou até depois dele. Ninguém imagina Trump contidamente retirado do calor da política para escrever suas memórias e cuidar de uma futura biblioteca presidencial.

Poderia ele anunciar desde já que será candidato em 2024 ou vai criar um partido dissidente, separado dos republicanos com os quais nunca se identificou completamente?

A diferença é que então o presidente será Joe Biden e as tensões internas do Partido Democrata, que já estão despontando, passarão a ser o assunto mais interessante.

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