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Por Vilma Gryzinski
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Tudo fachada: Harry está desequilibrado e Meghan bota fogo

Um casal que tinha tudo para dar certo, incluindo fama, fortuna, filhinho lindo e status incomparável, toma o caminho da vitimização e da ruptura

Por Vilma Gryzinski
Atualizado em 22 out 2019, 14h55 - Publicado em 22 out 2019, 14h50

Três assuntos dominam a Inglaterra — e o Brexit nem vem em primeiro lugar.

O derretimento emocional do príncipe Harry está estarrecendo o país e é uma encrenca danada para a monarquia.

Harry chorou recentemente numa cerimônia pública ao falar do filho, disse que não consegue superar a morte da mãe e a comparou à mulher, Meghan.

Prognosticou um desastre semelhante ao que matou a princesa Diana e culpou a imprensa por todos os males, reais e imaginários, que vê na sua vida.

Pior ainda, admitiu publicamente que ele e o irmão, William, futuro rei, estão seguindo caminhos separados.

Confirmou, assim, uma ruptura que todo mundo já tinha percebido, mas que conviria mais ficar no campo das suposições, em nome da homenagem que o vício presta à virtude quando se trata de manter a imagem de uma instituição anacrônica como a monarquia, preservada apenas por personificar a tradição nacional e manter um alto nível de estima e respeito entre os cidadãos.

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Ou melhor, súditos. Uma população que é considerada assim precisa ser tratada na palma da mão pela realeza.

Para culminar, “pessoas” ligadas ao casal plantaram na CNN que o palácio de Buckingham está cheio de profissionais inexperientes, incapazes de entender o alto valor que Harry e Meghan representam para o regime monárquico.

Os dois, segundo sua própria e superestimada avaliação, são responsáveis por, sozinhos, terem modernizado a monarquia.

Em vez de ajudar o marido, com quem forma um casal tão unido, e aconselhá-lo a procurar ajuda profissional, Meghan está desmentindo a imagem de mulher totalmente no controle da situação.

Independente, segura, com carreira própria como atriz de série de televisão e acostumada ao mundo das celebridades, embora em escala muito menor, ela surgiu como uma novidade adorável na família real.

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A rainha Elizabeth manifestou publicamente, pelos sorrisos e a expressão corporal, pois não é mulher de ficar declarando sentimentos, uma receptividade autêntica e calorosa à escolhida por seu neto.

Até a cor da pele, um dos mais de cinquenta tons produzidos por um pai branco e uma mãe negra, foi saudada como um fator positivo.

O casal foi nomeado para representar a rainha na comunidade de nações das quais ela continua a ser chefe de Estado ou preserva laços especiais com a ex-potência colonial.

Como muitas antigas colônias são na África, no Oriente Médio e no Caribe, Meghan, pela mistura racial, foi vista como um trunfo.

Artigos nos jornais, especialmente nas seções de moda, disputavam quem se derretia mais pela futura duquesa de Sussex, com um estilo produzido por profissionais do mundo da imagem e segurança para enfrentar as câmeras que só as atrizes conseguem ter.

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Houve reações negativas do público? Certamente.

Foram produtos do racismo? Em uma parte, sem dúvida.

Em outra, maior, resultado das cobranças que sofre qualquer plebeia que tenha a capacidade de fisgar um príncipe e entrar para a família real.

DINHEIRO DOS OUTROS

Ainda mais uma americana, com um ex-marido e a vida amorosa de uma mulher contemporânea com mais de 30 anos e, principalmente, uma família disfuncional.

Thomas Markle, iluminador aposentado do México, foi a porta de entrada para as fofocas dos tabloides sobre Meghan.

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Antes mesmo do casamento, ele vendeu fotos falsamente roubadas, uma armação típica. Foi flagrado, deu declarações absurdas e inventou um mal súbito cardíaco para encobrir o papelão.

Diante da oportunidade — e da tentação de jornais e canais de televisão que pagam por entrevistas —, os irmãos de Meghan por parte de pai também deram show de falta de caráter e de mesquinharia.

Foi mal? Absolutamente.

Ser traída pelo pai à véspera do casamento não pode ter deixado Meghan indiferente. Harry com certeza foi solidário à mulher.

Mas também antes do casamento já corriam histórias sobre as exigências de Meghan e o rodízio de funcionários já indicava pressão excessiva ou expectativa irreal sobre o trabalho deles.

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Também rolou mal estar entre as cunhadas. E, pior ainda, entre os irmãos.

A fundação criada para concentrar o trabalho filantrópico de William, Harry e Kate não resistiu à nova realidade.

Harry e Meghan não quiserem sequer continuar no complexo de palacetes chamados de “apartamentos” reservado a parentes da rainha no Palácio de Kensington.

Segundo as más línguas, que foram ficando piores à medida em que Meghan ia ganhando o apelido de “duquesa difícil”, o casal pediu nada menos que morar no Palácio de Windsor, a histórica residência de fim de semana da rainha.

Ganharam um “chalé” dentro dos verdíssimos e intermináveis jardins de Windsor, reformado ao custo de mais de 10 milhões de reais. Do contribuinte, claro.

Gastar o dinheiro dos outros virou um costume de Meghan, bancada por amigas milionária como a tenista Serena Williams ou Amal Clooney em viagens de jatinho particular e outros mimos.

Quanto mais dizia que queria proteger o bebê Archie, mais exagerava no estilo de vida extravagante.

Foi para Nova York só para assistir um jogo de Serena e levou o filhinho para duas temporadas extravagantes de férias, em Ibiza e no castelo francês de Elton John.

Enquanto isso, Harry se fantasiava de guerreiro ambiental, fazendo sermões à plebe sobre a necessidade de mudar hábitos para enfrentar desastres ecológicos.

A hipocrisia deixou muita gente da plebe fula da vida.

O capital de simpatia por Harry, órfão com apenas 12 anos, dado a bebedeiras e outras besteiras na juventude, tripulante de helicóptero com serviço em zona de guerra no Afeganistão, foi sendo desperdiçado.

A futilidade quase ridícula de muitas atitudes do casal não escapou a quem não entendia por que esconder ou mentir sobre circunstâncias banais do nascimento de Archie, como horário e hospital.

Ou não revelar os nomes dos padrinhos do bebê. Cuja carinha — idêntica ao pai, em imagens difíceis de esquecer, nos braços de Diana — só foi mostrada quando o casal viajou para a África do Sul.

Como se imagem fosse apenas uma encenação para engabelar o público, Meghan só usou roupas já conhecidas ou baratas nessa viagem.

Chegou a tirar o anel recebido no noivado — e que mandou reformar para ficar mais luxuoso — como gesto de suposta consideração pela pobreza à sua volta. Nunca deve ter ouvido falar da máxima de Joãosinho Trinta.

UM AMOR, UMA CABANA

Apesar dos gestos encenados, a cobertura da imprensa foi elogiosa, quando não deslumbrada. Pois foi no fim da viagem que Harry resolveu ter um ataque um nervos, rodar a baiana com a imprensa e anunciar um processo por causa de um caso antigo.

Anos atrás, repórteres atrevidos descobriram um jeito de acessar a caixa de mensagens de William e Harry, deduzindo assim seus movimentos.

Foi um dos vários lamentáveis episódios de invasão de privacidade que levaram até Rupert Murdoch a fechar o tabloide News of the World.

Qual a vantagem em ressuscitar o caso agora? Por que as explosões emocionais, as lágrimas em público, emuladas por Meghan no infeliz programa feito por um jornalista amigo de Harry?

Obviamente, os dois estão achando que ela é uma nova Diana, a jovem aristocrata escolhida para se casar com o príncipe Charles quando tinha apenas 19 anos. E que mesmo antes do casamento descobriu que o futuro marido não havia rompido com a amante, Camilla.

Bulímica, insegura e emocionalmente desequilibrada, Diana também tinha um carisma inexplicável, um caminho para falar direitamente ao coração das multidões, uma autenticidade à prova até das incontáveis manipulações que fazia em combinação com os jornalistas amigos.

Meghan não conseguiu transmitir nada disso.

Linda, elegante e disposta a abraçar todas as criancinhas que aparecerem em seu caminho, ela tem fãs e admiradores encantados com a batida encenação do conto de fadas.

Tem também uma multidão de críticos, que a culpam inclusive por ter transformado Harry num chato politicamente correto.

É, em parte, injusto. Harry obviamente já se achava uma vítima antes de conhecer Meghan. Em lugar do papel estabilizador que ela podia ter, tomou o caminho oposto. Bota fogo na revolta e na instabilidade do marido.

Os dois agora insinuam que se mudarão para algum país africano, escapando assim ao escrutínio constante que fama, fortuna e o status social incomparável, pelo menos no ocidente, dos membros do clã Windsor.

Talvez seja uma alternativa, inclusive para o sofrimento que ambos estão exibindo. É triste ver o casal chorando e se lamentando.

Um amor e uma cabana podem dar um jeito nisso.

Em tempo: além das lamúrias de Harry e Meghan e da agonia do Brexit, o terceiro caso que hipnotiza os ingleses é o de duas mulheres de jogadores de futebol que protagonizam um bafafá homérico.

Coleen, mulher de Wayne Rooney, fez uma armadilha digital para acusar Rebekah, mulher de Jamie Vardy, de vender informações sobre ela para um tabloide.

Dramas, lágrimas, olhares desafiadores, roupas curtíssimas e um racha nacional sobre quem foi a verdadeira vítima dividem opiniões.

É exatamente por isso que se espera que membros da família real não reproduzam o comportamento das celebridades do show business e do futebol.

Todo mundo precisa de um pouco de ilusão. Ou talvez muito, quando se trata de pessoas que devem representar o reino com dignidade e senso de dever.

Alguém imagina a rainha Elizabeth dando chilique em público?

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