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Mulheres brilhantes que se dão mal: Aretha Franklin foi da lista

Mãe aos doze anos, abusada, espancada e carente, a cantora americana de voz divina entrou muito cedo para a turma das famosas infelizes e nunca mais saiu

Por Vilma Gryzinski
17 ago 2018, 21h05

Beleza, fama, dom artístico e talentos extraordinários muitas vezes têm efeitos catastróficos para as mulheres que, em lugar de abençoadas, parecem amaldiçoadas exatamente por aquilo que as torna únicas.

Cantoras negras americanas muitas vezes com um histórico de pobreza e abuso na infância são um clássico dessa longa história da infelicidade.

Billie, Ella, Aretha, as divas com direito a ser chamadas só pelo primeiro nome e uma conexão direta com os anjos, foram casos clássicos.

Parentes exploradores, maridos malditos e drogas destruidoras são os componentes mais comuns. Mas até por esse padrão o caso de Aretha Franklin é excepcional.

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O pai dela era um pastor que usava a pregação como fachada para promover orgias. Órfã de mãe aos nove anos, aos doze ela teve o primeiro filho. Devido ao histórico do pai, ficaram para sempre as suspeitas mais tenebrosas.

“Eu quero um homem”, pediu Aretha, brincando a sério, numa gravação famosa, depois de ser traída, espancada e largada várias vezes. Sua música mais conhecida, Respect, não tinha nada de “hino feminista”, como foi inventado bem a posteriori. O refrão famoso fazia uma alusão a sexo.

Amante radiativo

Qualquer que seja a cor da pele ou a origem, as famosas dividem a mesma dificuldade em encontrar um homem de status similar que aceite ser coadjuvante. Muitas vezes, o jeito é baixar o nível de exigência – e o status do parceiro.

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Nem assim tem funcionado para algumas das maiores celebridades do planeta. Madonna, cada vez mais deformada e não em ótima forma para uma mulher com seus 60 anos, como seria admirável, virou uma colecionadora de dançarinos de sua equipe.

Atualmente, está morando só com os filhos menores em Lisboa. Por causa dos 60 anos, foi louvada em todo o planeta, com razão, pelo pioneirismo musical e performático. Era desnecessário dizer que “não mudou nada”.

Bancar namorados bem mais novos sempre foi um recurso contra a solidão que consolou mulheres famosas, de Tina Turner a Elizabeth Taylor.

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Quando Maria Skodloska, a cientista que se tornaria conhecida como Madame Curie, o nome do marido, teve um romance com um físico cinco anos mais jovem, depois de ter enviuvado, chegou a enfrentar manifestações de protesto em frente a sua casa.

O amante era casado. O comitê do Nobel chegou a sugerir que ela não fosse a Estocolmo receber seu galardão. Pegava mal uma adúltera trocar cumprimentos com o rei da Suécia.

“O prêmio foi concedido pela descoberta do rádio e do polônio. Acredito que não existe conexão entre meu trabalho científico e fatos da vida privada”, respondeu ela (o amante se separou, mas não se divorciou, como sonhava a cientista, que morreu, sozinha, de anemia aplástica decorrente da manipulação pioneira de isótopos radiativos).

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As duas ex-mulheres de Brad Pitt, Jennifer Aniston e Angelina Jolie, beldades do olimpo hollywoodiano, não têm namorado atualmente. Ele, em compensação, apareceu com Nori Oxman, magra, linda e brilhante diretora de um laboratório de novos materiais do MIT. De arrasar qualquer concorrência.

Síndrome do artista

Saltar de Jennifer Aniston para Sylvia Plath, a poetisa que se suicidou aos 31 anos, pode ter um certo exagero. Mas a solidão e a rejeição são as mesmas (para piorar, o último ex de Jennifer, Justin Theroux, está namorado a linda e jovem Emma Stone).

A lista de suicidas talentosas, por intenção ou overdose, vai de Virginia Woolf a Whitney Houston, de Marilyn Monroe a Janis Joplin.

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A mesma sensibilidade que produz artistas extraordinários, e aqui não estamos falando de Jennifer Aniston, é cientificamente conectada a uma maior tendência à depressão e outros problemas de saúde mental.

Obviamente, a “síndrome do artista” não atinge só mulheres, embora para estas o desvio da norma pese mais.

“Por que todos os homens que se destacam na filosofia, na poesia ou nas artes são melancólicos?”, perguntou Aristóteles há uns 2 300 anos (ou achamos que perguntou).

Melancolia era o nome da depressão antes da invenção dos antidepressivos.

Complementarmente aos remédios, tão necessários nos casos recomendados, é possível assistir Aretha Franklin chutar os sapatos, atacar o piano e soltar a voz, possuída pelo dom celestial de espalhar felicidade através da música.

Ainda por cima, com todas as lambadas que levou, ela conseguiu viver e cantar até quase o fim de seus 76 anos, usar casacos de vison até os pés, não se fazer de vítima e poder dizer que nunca gravou “nada que não gostasse”.

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