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Malvada frustrada: falha mais uma aposta para queimar Trump

Todo mundo sabe que Omarosa fala e faz qualquer loucura para não perder a fama que ganhou como vilã de reality show. Por que tem tanto espaço?

Por Vilma Gryzinski 15 ago 2018, 21h06

Manipuladora, interesseira, mentirosa, espaçosa, explosiva, espertalhona, narcisista. Capaz de usar qualquer truque e passar por cima de qualquer um para se dar bem. Louca por dinheiro, fama e poder.

Omarosa Manigauld é praticamente um Donald Trump de saias – bem justas, ressaltando as curvas.

Por isso, os dois criaram um estranho vínculo quando ela participou do reality show que o transformou de empreiteiro bilionário em personalidade do show business e vendedor de seu bem mais precioso, a marca Trump.

A marca Omarosa deixou o público americano boquiaberto: uma mulher de ambição tão desmedida quanto a de qualquer, bem, homem ambicioso.

Vilã sob medida para um reality show como O Aprendiz, no qual tinha que esmagar o grupo contrário, Omarosa perdeu o programa, mas ganhou um mentor que a levou muito mais longe.

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Na verdade, até a Casa Branca, onde tinha um cargo sem nenhuma relação com qualquer capacidade mais evidente do que a tenacidade em agarrar uma oportunidade e só largar dela quando foi escoltada para fora da sede da presidência.

A demissão de Omarosa foi resultado de uma intervenção direta de John Kelly, o general dos marines encarregado da quase impossível missão de colocar ordem no estilo deliberadamente caótico de Trump.

Famoso durão entre os mais durões – “Bagdá não é **** nenhuma”, resumiu sobre a invasão do Iraque -, Kelly não contava com a astúcia de Omarosa.

A protegida de Trump gravou o general enquanto a demitia no Situation Room, o santo dos santos da Casa Branca, o lugar onde as crises agudas são administradas pelo presidente dos Estados Unidos.

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Um trecho da conversa foi mostrado por Omarosa para divulgar seu livro, Unhinged, ou Fora de Controle. Ela também gravou o telefonema que recebeu de Trump depois da demissão, dando uma de desinformado (“Me disseram que você vai sair”).

Fora a cara de pau de Trump, nenhuma das gravações mostra absolutamente nada de errado – fora o fato de que tenham sido feitas e preservadas. Quando Omarosa foi demitida, nem os celulares pôde retirar.

Aliás, nada no livro de Omarosa tem qualquer consistência. As fofocas, insinuações, maldades e intrigas são todas na base “eu acho que”.

Por exemplo, ela acha que Trump está sofrendo um processo de deterioração mental – uma das acusações mais repetidas por seus inimigos mais extremos.

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Ela também acha que em algumas ocasiões, durante os ensaios do Aprendiz, Trump usou o termo “nigger”, extremamente ofensivo aos negros – em inglês, a palavra ganhou um sentido derrogatório que é oposto do que acontece em português.

Na ronda de entrevistas de divulgação, Omarosa disse que chegou a ouvir as supostas gravações depois que já havia fechado o livro.

Imaginem o que aconteceria se houvesse realmente estas gravações. Diante da realização de um dos maiores sonhos dos inimigos de Trump, nenhuma força conhecida do universo conseguiria impedir que fossem divulgadas.

Forte, bonita e convincente nas declarações públicas, Omarosa evidentemente está vendendo uma mercadoria que não tem. E todos os seus entrevistadores sabem disso.

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Tal como o ex-chefe, ela tem uma cara de pau sem limites. Diz, por exemplo, que só depois de ser demitida com desonra “descobriu” que ele era preconceituoso. “Devido à nossa relação, eu não podia acreditar que Trump era racista.”

Chamar o presidente de racista e de lesado é praticamente o arroz com feijão dos adversários de Trump, incluindo mais de 90% da imprensa americana.

Por exemplo: uivando de raiva pelo Twitter, Trump disse que Omarosa é “ralé” e “não vale nada” – uma tradução aproximada da palavra “dog”, usada por ele em relação a muitos inimigos.

Durante os longos anos em que foi uma vilã de manual ligada a Trump, Omarosa foi descrita exatamente assim nos mesmos órgãos de imprensa que agora a glorificam.

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Não existem ingênuos nessa história. Omarosa escreveu um livro maluco, mas deliberadamente dirigido a dizer o que os inimigos de Trump querem ouvir.

Ah, sim, um resumo das fofocas. Ela acha que Trump cobiça a própria filha, Ivanka – não é, evidentemente, a primeira vez que rola essa versão incestuosa, inclusive por declarações atrozes do próprio Trump.

E Ivanka manipula os sentimentos do pai. E Melania Trump, cujo estilo Omarosa copia sem constrangimentos, não queria ir visitar a polícia fronteiriça quando usou a parka com a frase “Eu não ligo a mínima. E vocês?”. Fez isso para infernizar o marido. E Trump teve um caso com sua conselheira espiritual, a pastora Paula White. E…

Pode ser tudo verdade, mas Omarosa é um capítulo rapidamente superado numa guerra que se aproxima de desfechos momentosos.

Um, é o da investigação do promotor especial Robert Mueller. Resultados sonhados pela oposição: conspiração com os russos, obstrução de justiça e qualquer outra coisa que abra caminho para um processo de impeachment.

O qual só pode acontecer se o Partido Democrata conseguir retomar a maioria na Câmara dos Deputados na eleição de novembro.

Se suas armas são as que mostrou até agora, Omarosa não deve ter sua obra mais consagrada superada, um livro que escreveu em 2008 promovendo sua qualidade mais conhecida. Título: O Botão da Bruxa, Aprendendo a Ligar e Desligar.

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