A americana Lydia Davis e o irlandês John Banville têm algumas coisas em comum, como o gosto por Samuel Beckett – ainda que hoje o autor do recém-lançado Luz Antiga (tradução de Sergio Flaksman, Globo Livros, 336 páginas, 39,90 reais) veja o conterrâneo como um artista frio. Mas, em suas produções, não podiam ser mais opostos. Concisa, livre e experimental, a contista Lydia é o avesso do rebuscado Banville, afeito a uma escrita com traços barrocos, que se derrama em romances de narrativa mais convencional. Apesar da diferença, os dois trocaram elogios na mesa “Os limites da prosa” (“O que me fascina no trabalho da Lydia é a rapidez com que ela muda de foco narrativo”, disse, Banville, em certo momento), em um bate-papo agradável mediado pelo crítico e tradutor Samuel Titan Jr., professor de literatura comparada da Universidade de São Paulo (USP).