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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Vale tudo para defender Bolsonaro

Aliados do presidente aceitam até “entregar” ex-ministro da Saúde para defender o chefe

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 abr 2021, 12h39

Em meio às expectativas sobre o início da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid e sobre a possibilidade de as descobertas atingirem o governo federal, os aliados do presidente Jair Bolsonaro tentam blindá-lo de todas as formas, mesmo que isso signifique responsabilizar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

A revista VEJA mostrou essa estratégia de forma clara. A excelente entrevista publicada com o publicitário Fabio Wajngarten, ex-Secretário de Comunicação da Presidência, é reveladora. As declarações de Fábio mostram o temor dessa ala mais ligada a Bolsonaro, da qual o ex-Secom ainda faz parte. O medo é o de que a CPI acabe colocando o presidente no centro das investigações. Por isso, tentam blindá-lo, mesmo com o custo de entregar Pazuello.

Ao dizer que Bolsonaro está “totalmente eximido de qualquer responsabilidade” e enfatizar que o presidente “era abastecido com informações erradas”, Wajngarten se afasta da realidade no esforço de salvar a pele do ex-chefe.

Na entrevista, o publicitário diz que o governo não adquiriu milhões de doses oferecidas pela Pfizer no ano passado por “incompetência e ineficiência”, mas indica que a culpa foi da equipe comandada por Pazuello. Segundo ele, mesmo com o empenho dos diretores do laboratório para vender as vacinas, “infelizmente, as coisas travavam no Ministério da Saúde”.

Embora Wajngarten tente desvincular os problemas do Ministério da Saúde de Bolsonaro, vale lembrar que Eduardo Pazuello foi claro ao afirmar que sempre obedeceu às ordens do presidente. Em outubro do ano passado, por exemplo, o então ministro afirmou que a relação era “simples assim: um manda e o outro obedece”. Foi quando o ministro se comprometeu a comprar vacinas do Butantan e Bolsonaro vetou dizendo que era a vacina do Dória e da China. A decisão foi de Bolsonaro. Simples assim.

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O presidente fez um esforço insistente, uma militância, contra todas as vacinas criadas para combater o coronavírus. O problema não foi apenas com a Pfizer. Se tivesse que comprá-la Bolsonaro sempre disse que não poderia aceitar as cláusulas que ele chamava de “draconianas” do contrato. Wajngarten cita essas cláusulas na entrevista à Veja, mas atribuiu ao Ministério da Saúde a culpa pela não assinatura do contrato.

A tentativa de passar o pano nas responsabilidades de Bolsonaro tem um problema: agride os fatos. Os muitos acontecimentos, inúmeras lives e declarações na porta do Alvorada, em qualquer evento público que tiveram a participação do presidente deixaram provas abundantes. O presidente não era favorável às vacinas. A tentativa também contraria os atos de Bolsonaro na promoção de aglomerações, e insistiu na exibição ostensiva de não cumprimento de normas de proteção, inclusive o uso da máscara.

A estratégia de proteger o presidente dos seus próprios atos e falas também aparece na entrevista publicada nesta sexta, 23, com o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pelo jornal O Globo. Queiroga afirma que Bolsonaro não é o responsável pelo atraso na compra das vacinas. O ministro chegou a dizer que “o presidente é o maior ativo do enfrentamento da pandemia” e justificou a fala de Bolsonaro sobre tomar vacina e virar jacaré, dizendo que, ao falar isso, o presidente estava querendo dizer que era “preciso verificar a segurança não só das vacinas mas de todos os medicamentos”.

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