Quando o assunto é a Covid-19, presidente arrisca tudo
Bolsonaro é capaz de qualquer coisa para defender a seus índices de popularidade, exceto acertar os rumos da saúde no Brasil
Um dado da última pesquisa Datafolha mostrou que o presidente Jair Bolsonaro é capaz de qualquer coisa para defender a sua popularidade, exceto acertar os rumos da saúde no Brasil em meio à pandemia do coronavírus.
No começo da crise sanitária, o então ministro Luiz Henrique Mandetta fazia um trabalho técnico, seguindo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e estudos científicos. Neste período (abril do ano passado), a avaliação do desempenho do Ministério da Saúde era 76% de ótimo ou bom, e apenas 5% consideravam ruim ou péssima, segundo o instituto Datafolha
Apesar disso, o presidente o demitiu. Após as mudanças de ministros – já estamos no quarto dentro do período de um ano – e a piora na gestão da maior crise sanitária do país, a avaliação do Ministério da Saúde como ótima ou boa caiu para 35%, e subiu para 30% como ruim ou péssima.
Ele segurou o quanto pode o general no cargo e, ao tirá-lo, o fez cheio de elogios. Pressionado pelo clima de calamidade que tomou conta do pais, nesse momento que o Brasil é o epicentro mundial da pandemia, Bolsonaro trocou mais uma vez o ministro da Saúde.
No entanto, quando substituiu o general Eduardo Pazuello pelo médico Marcelo Queiroga, defendeu que a gestão “deve ser de continuidade”, passando o recado para o eleitor de que sua estratégia sanitária permanecerá sem alteração.