O que a CPI da Covid quer de Ludhmila Hajjar
Senador Alessandro Vieira quer convocar médica que quase se tornou ministra da Saúde. Por que ela teria desistido?
Uma nova participação na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid deve reforçar a tese de que o governo escolhe os ministros da Saúde baseado em critérios subjetivos, e não técnicos.
A médica Ludhmila Hajjar, que foi cotada para assumir o Ministério da Saúde em março deste ano, deve ser convocada para ser ouvida na CPI.
Em conversa com a coluna, o Senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que sua equipe protocolou um pedido para que Ludhmila Hajjar seja ouvida.
De acordo com o senador, o objetivo é descobrir quais foram os temas das reuniões que Ludhmila teve com interlocutores do governo quando era cotada para comandar a Saúde no lugar de Eduardo Pazuello. Ao rejeitar o cargo de ministra, Ludhmila alegou “divergência técnica” com a equipe.
“Ela apresentou um encaminhamento técnico da pasta e isso foi rejeitado. É interessante saber quem eram os interlocutores porque era uma reunião para contratação da nova ministra da Saúde no meio da maior crise da Saúde da história e me parece que o debate foi sobre armas e aborto com figuras totalmente fora do eixo técnico”, explica Alessandro Vieira.
Segundo o senador, a participação de Ludhmila é interessante porque “soma mais uma pecinha no quebra-cabeça que vai montar a cara do Bolsonaro”.
Como a coluna mostrou, a comissão já tomou depoimento dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ouvir Ludhmila Hajjar pode trazer a visão de alguém que quase entrou no comando da pasta, mas desistiu de fazer parte da equipe em meio à maior pandemia dos últimos tempos. Um desafio ainda mais louvável na carreira de qualquer médico que cumpre a promessa de salvar vidas. Por que então ela teria desistido?