Sergio Moro pode desistir da corrida presidencial?
Ex-juiz terá que percorrer longo caminho para comprovar sua força política
A pesquisa de intenção de voto para as eleições de 2022 da Quaest Consultoria, divulgada nesta quarta-feira, 8, traz uma notícia boa e uma ruim para Sérgio Moro.
O ex-juiz mostrou que está consolidado no terceiro lugar, mas tem um longo caminho pela frente se quiser ter chances de disputar um segundo turno.
Lula já está garantido numa eventual segunda etapa da corrida presidencial. Com 47% das intenções de voto, analistas já têm como certa a participação do petista em um segundo turno.
Dessa forma, a única esperança de Moro é conseguir mais votos do que o presidente Jair Bolsonaro. Não há espaço para os dois. É um ou outro. E é aí que mora o problema.
Segundo o levantamento da Quaest, Bolsonaro tem 24% dos votos e Moro tem 11%. O ex-juiz terá a difícil tarefa de construir esses 13 pontos de diferença se quiser enfrentar Lula num segundo turno.
Embora esteja à frente de Ciro Gomes, que aparece em quarto lugar com 7%, o caminho de Moro é mais árduo exatamente por não ter nenhum histórico político. Ele terá que construir sua imagem do zero.
Moro tem até o mês de abril para provar que tem chances reais de disputar um segundo turno. É nesse mês que os partidos vão indicar, definitivamente, quem serão seus candidatos na disputa de outubro.
Como esta coluna já apontou, o ex-juiz tem muitas perguntas a responder nos próximos meses – muitas sobre questões éticas.
Além das perguntas, a rejeição a Moro também é expressiva. Segundo o levantamento da Quaest, o ex-juiz é rejeitado por 61% dos entrevistados. Ele perde apenas para Bolsonaro, que tem rejeição de 64%.
Internamente, integrantes do Podemos acreditam que, se não ficar comprovada a força política do ex-juiz, ele pode ser candidato ao Senado.
Esse cenário criaria um problema para o partido, já que um dos caciques da legenda, o senador Álvaro Dias, quer tentar sua reeleição exatamente pelo Paraná, mesmo estado de Moro.
A pesquisa consolida Moro em terceiro, mas também coloca pressão sobre ele. Se não tiver forças para enfrentar Bolsonaro, o ex-juiz deixará a candidatura antes mesmo de torná-la oficial.
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